- 29 de outubro de 2024
Às vezes, tem-se a impressão que o governo federal, com a complacência de alguns integrantes da bancada federal, pretende eliminar do mapa o estado de Roraima. A anunciada criação de uma nova reserva, desta feita na região do baixo Rio Branco, deixa bem clara tal impressão. Reserva Extrativista de 285 mil hectares!
O presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, já cometeu absurdo inominável na homologação da Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol, em área contínua. Abarcou, inclusive, zona produtora de arroz, fonte geradora de empregos e que transformou o estado num pólo exportador daquele grão.
Ainda não se sabe qual o posicionamento do senador Augusto Botelho (PDT) com relação a mais essa façanha da administração federal.
Sua excelência, desde que conquistou a nomeação de um seu indicado para a Superintendência Regional do Incra (Juscelino Kubitscheck Pereira), tem aceitado tudo ou quase tudo sem se manifestar contra essa gestão federal cercada de corruptos.
Talvez tenha sido por isso que declarou sua preferência pela reeleição do nosso Ali Babá (assim chamado pelo também presidenciável Geraldo Alckmin, na convenção nacional do PSDB no último domingo, em Belo Horizonte), fazendo possivelmente com que Leonel Brizola tenha se revirado no túmulo.
Mal sabe o senador Augusto Botelho, na sua ingenuidade de primeiro e talvez único mandato, que a Superintendência Regional do Incra só serve para atrapalhar seus planos. Que o visível desgaste por ela causado é irreparável!
Além do mais, basta compulsar documento assinado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando, denunciando integrantes e ex-integrantes dessa administração federal, para que uma pessoa com laivos de honestidade sinta-se envergonhada da bandalheira instalada neste nosso país. Só tem malfeitor, senador!
Ou melhor, não são todos, não vamos ser injustos, mas a relação é imensa. Para que vossa excelência tenha uma idéia, o nome de Luiz Gushiken,, que continua abrigado no Palácio do Planalto, aparece em 16° lugar na denúncia. O ranking é aleatório. Não obedece a uma seqüência em função da periculosidade, creio eu.
O ex-deputado Zé Genoíno (PT-SP), cujo irmão, deputado estadual cearense José Nobre (quanta ironia), teve um assessor preso no aeroporto de Guarulhos (SP), com cem mil dólares enfiados na cueca, figura em segundo lugar. Logo abaixo de José Dirceu (ex-Casa Civil), cassado pela Câmara dos Deputados.
Claro que se o senador Augusto Botelho fosse bem informado, não iria se aliar ao governo federal (conforme noticiou a Folha de S. Paulo), impedindo a convocação de Paulo Okamotto, cognominado "doador universal", pois encarregado de pagar contas pessoais do presidente da República e familiares.
Okamotto foi acusado pela então prefeita de São José dos Campos (SP) e atual deputada federal, Ângela Guadagnin (PT), conhecida como "dançarina da impunidade" (bailou no plenário quando este absolveu mais um mensaleiro), de tê-la procurado, "a fim de se informar sobre fornecedores da prefeitura para captar recursos".
O depoimento foi prestado numa investigação aberta pelo próprio PT, depois que o economista Paulo de Tarso Venceslau (ex-secretário de Finanças e ex-tesoureiro do partido), denunciou arrecadação de recursos através do caixa dois.
E que aconteceu? Ele foi expulso da legenda "por determinação" de Dom Luiz Inácio, em suas próprias palavras. Por tudo isso, é de se esperar que o senador Botelho entregue a Superintendência, rompa com o PT e passe a defender Roraima sem receio.
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