- 29 de outubro de 2024
Ninguém sabe dizer com segurança se a candidatura do senador Romero Jucá Filho (PMDB), ao governo roraimense, é verdadeira ou falsa como sói com as promessas de campanha de boa parte dos nossos representantes eletivos.
O fato é que sua excelência, exercendo a função de líder do governo no Senado, terá de optar por uma ou outra função, desde que se admite ser quase impossível a conciliação de tarefas de tal magnitude (ser líder e candidato ao mesmo tempo).
O líder a quem o senador Filho sucedeu, Aloizio Mercadante (PT-SP), deixou o posto em função de sua pretensão à sucessão paulista, apesar de larga desvantagem com relação àquele pleito, de acordo com pesquisas de intenção de voto levadas a cabo.
Numa administração federal cercada de pessoas acusadas de corrupção por todos os lados (somente o procurador-geral da República, Antônio Fernando, denunciou uma lista de 40 delas, numa primeira leva), nada mais surpreende.
O que não se compreende é o fato de o ilustre senador servir para o papel de líder e estar aquém de um posto ministerial. Como se recorda, sua excelência permaneceu apenas quatro escassos meses como ministro da Previdência (22/03/05 a 22/07/05), em função da carga de denúncias despejadas pelos meios de comunicação.
Mas retornou agora, em grande estilo, mesmo depois de atingido por epíteto dos mais desairosos, a ele dirigido por seu colega de parlamento senador ACM (PFL-BA). O que mostra ser o Senado uma casa muito tolerante (quem parece não estar mais com tanta paciência é a população).
Agora, anuncia-se que a ex-prefeita de Boa Vista Teresa Jucá (PPS) "foi designada, pela Frente Partidária das Oposições, coordenadora da discussão do Plano de Governo para Roraima, a ser apresentado à sociedade pelos partidos de oposição". Ela é anunciada como pré-candidata ao Senado.
O que se espera antes de tudo isso (da coordenação do tal Plano), é que sua ex-excelência acione na Justiça o engenheiro Cláudio Roberto Firmino de Oliveira, o qual prestou depoimento onde detalhou uma série de desvios efetuados no Terminal Rodoviário do Caimbé e na construção da Vila Olímpica.
Não se faz necessário nem explicar a razão pela qual uma capital como Boa Vista é a única a não possuir pronto-socorro municipal que socorra à demanda sempre crescente, no atendimento emergencial de sua população.
Bastaria explicar os pagamentos efetuados às empresas Planecon e Soma, bem como eliminar dúvidas com referência aos transformadores de energia instalados no Caimbé, comprados, segundo Cláudio Roberto, "recondicionados e sofríveis".
De acordo com o depoimento, o transformador novinho em folha foi desviado para uma produtora de televisão que o senador possui no bairro Canarinho. Essa questão do transformador, por sinal, é coisa fácil de ser resolvida.
Bastaria que fosse efetuada uma perícia por técnicos isentos e sem ligação partidária com qualquer facção política.
Depois disso, sua ex-excelência poderia explicar, também, valores pagos às duas empresas citadas pela realização de serviços inexistentes. Tudo isso consta do depoimento de Cláudio Roberto.
A ex-prefeita diz ter implantado "modelo de gestão participativa na Prefeitura de Boa Vista". A impressão que se tem é a de ser reduzido o número de participantes que tenham lucrado com tal feito. A se confirmar o desvio do transformador do Caimbé, só quem está tirando proveito são os que se utilizam da climatização do estúdio televisivo.
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