- 29 de outubro de 2024
O PPS, partido da ex-prefeita Teresa Jucá acertou coligar com o PSDB de Geraldo Alckmin e de Ottomar Pinto. O samba do criolo doido está aí pronto pra ser tocado. Na esfera nacional PPS e PSDB serão como irmãos semeses. Em Roraima, um vai falar cobras e lagartos do outro.
Se a rigidez da verticalização decidida pelo TSE na terça-feira, 6 e anulada 48 horas depois pelo mesmo TSE estivesse valendo, a cobra iria fumar nos diretórios regionais do PPS e do PSDB. Inimigos na da cordiais, Teresa e Ottomar não se suportariam juntos no mesmo barco.
Por um lado, as composições partidárias do país são o que há de mais heterogêneo que se pode imaginar. Por outro, não impõe casamento forçado a ninguém.
Explicações
Ao explicar a militantes de seu PPS por que não apoiará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano, o deputado federal Roberto Freire (PE) afirmou ontem que não estará ao lado de "um ladrão" na campanha.
"Eu contesto este governo [federal], não apenas no campo ético, mas moral, da decência. Eu tenho a coragem de dizer, quando alguém vem para mim e diz, "mas você está com [Geraldo] Alckmin [PSDB, principal adversário de Lula]", eu digo, mas eu não estou com ladrão, com ladrão, não, estou com Alckmin", disse.
Freire desferiu o ataque a portas fechadas, no evento que selou ontem a união do PPS à pré-candidatura do tucano José Serra ao governo paulista.
Ex-dirigente do PCB (Partido Comunista Brasileiro), do qual nasceu o PPS, Freire explicava a opção por Alckmin, apontado por parte de seu partido como de "centro-direita":
"Há um certo patrulhamento, como se fazer essa aliança com PSDB e PFL fosse algo que fosse manchar a nossa história. Manchar a história é se fizermos aliança com o PT, essa fraude que enxovalhou a esquerda, envolvendo-a naquilo que ela nunca esteve envolvida. Podemos cometer todos os erros, menos nos aliarmos à corrupção", afirmou ele.
Minutos depois, falando à imprensa, Freire foi firme nas nas críticas, mas não usou a expressão "ladrão".
Quando o presidente do PPS, que desistiu da pré-candidatura ao Planalto, já havia deixado o hotel onde ocorreu o encontro, um assessor que gravara seu discurso à portas fechadas, mostrou, a pedido de jornalistas, o trecho em que o deputado chama Lula de "ladrão".
Em 2002, o PPS apoiou Lula no segundo turno contra José Serra e chegou a fazer parte de seu governo. Segundo Freire, seu partido fez uma autocrítica por ter incorrido em "erro".