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NO MUNDO DA CAROCHINHA - Márcio Accioly

Depois do final da Copa do Mundo, programada para o dia 7 de julho, os brasileiros terão de despertar para a difícil realidade, sempre dourada com novelas e programas de baixo nível que imbecilizam o povo. Acontece que não há mais como rolar tanto lixo para debaixo do tapete. O castelo de cartas está se desmanchando.


Salvo alguma nova e imprevisível mudança de rumos, vai ficar tudo como estava: por sete votos a zero, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral - TSE -, voltaram atrás na decisão que tomaram menos de 48 horas antes, revertendo a questão da verticalização.

Ficou o dito pelo não dito. E depois de tanta justificativa, de tanto conhecimento jurídico e opiniões de doutos magistrados, todos desdisseram o que antes afirmaram como verdade absoluta.

O jornalista Fernando Rodrigues (Folha de S. Paulo), em nota postada no seu blog (http://uolpolitica.blog.uol.com.br), escreveu o seguinte: "Em certa medida, o eventual recuo sobre a verticalização hoje à noite será uma desmoralização razoável para o TSE - bem no início do processo eleitoral Vai ser ruim para a democracia".
"O episódio tem 2 hipóteses: 1) o tribunal recuou por causa da brutal pressão dos políticos. Algo inaceitável e que este blog custa a admitir, certo?"

"2) a decisão da terça-feira, que mexe com milhares de políticos pelo país inteiro, foi, de fato, tomada de maneira inconsistente. Louve-se a coragem de admitir um erro e recuar. Mas, em resumo, a mais alta corte eleitoral do país admitirá que tomou uma decisão (quase unânime, por 6 a 1!!!) sem refletir devidamente a respeito".

Já Ricardo Noblat (http://noblat1.estadao.com.br) publicou a seguinte nota, sob o título "Que Vergonha": "Depois do que acabam de fazer, como os doutos ministros do TSE querem que as pessoas aqui de fora encarem doravante as decisões da Justiça em geral - e as deles em particular?"

"Elas continuarão encarando como sempre o fizeram: Justiça é a favor de quem tem dinheiro ou poder. Ou as duas coisas".

Enquanto isso, o país vai se desmoronando a olhos vistos e as nossas autoridades não têm idéia do rumo tomar. Depois da invasão da Câmara dos Deputados, diversos grupos têm se manifestado no Salão Verde e alguns tentam alcançar a porta do plenário daquela Casa, sem sucesso. A segurança reforçou as atividades.

Setores de inteligência das Forças Armadas vêm manifestando grave preocupação com o cenário político. O que largos grupos sociais dizem abertamente é que os membros do MLST erraram ao depredar o que encontraram ao longo do caminho, mas que deveriam ter invadido o plenário e agredido parlamentares.

A coisa ficou tão complicada que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não teve como sustentar a posição de sepultar a CPI dos Sanguessugas que irá apurar irregularidades cometidas pelos congressistas nas emendas liberadas para a compra de ambulâncias.

Num Legislativo onde fica difícil encontrar parlamentar que não seja golpista (contam-se nos dedos), a ruptura institucional já evolui para o campo da sublevação. Mas são poucos aqueles que atentam para tão inquietante cenário.

O ex-prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB), declarou que "em São Paulo, os petistas estão envolvidos com o PCC na área de transportes. Há depoimentos recolhidos que ligam petistas da capital com o PCC. Há evidências, sugestões e indícios dessa natureza que precisam ser investigados".

Depois do final da Copa do Mundo, programada para o dia 7 de julho, os brasileiros terão de despertar para a difícil realidade, sempre dourada com novelas e programas de baixo nível que imbecilizam o povo. Acontece que não há mais como rolar tanto lixo para debaixo do tapete. O castelo de cartas está se desmanchando.

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