- 29 de outubro de 2024
Edersen Lima, Editor
Brasília - Não é à toa que o resultado parcial da enquete deste Fontebrasil, "Votar em Ottomar ou Jucá representa...", aponte que 54% dos entrevistados consideram "falta de opção" o pleito deste ano. Inacreditavelmente, até parecendo que é coisa combinada, são os mesmos candidatos ao governo que disputaram o mesmo cargo há 16 anos. O que também aponta a segunda mais votada resposta da pesquisa: "política estagnada", sem renovação.
Não precisamos fazer aqui qualquer apologia ao resultado desse levantamento. Basta o amigo leitor refletir ou perguntar a outras pessoas que as respostas sobre o tema serão basicamente as mesmas de que há carência de nomes pois já se conhece muito sobre os dois principais candidatos. Suas manias, comportamentos e acusações que sofrem pelo trato que dão à coisa pública.
Isso é triste. Lamentável. Uma sociedade que decidirá não entre o que há de melhor na política do estado. Mas o que há de menos desgastante e menos irritante à sua consciência. Roraima tende a criar o "voto Pilatos", ou seja, o eleitor vai lavar as mãos perante tais opções abaixo:
a) Ottomar Pinto, o governador familiar. Tão familiar que emprega as filhas, cunhados, sobrinhos, genro e agregados. Já nomeou um cunhado em cargo de conselheiro no TCE. Um irmão e ex-genros perambularam pelas estatais. Todos em ótimos cargos com ótimos salários. Aliás, um genro seu é um dos construtores que mais faturam no seu honesto terceiro governo.
Com 77 anos de idade, Ottomar quer ser pela quarta vez governador de Roraima. Quer o seu voto para fazer o que não fez em pelo menos 10 anos com a chave do cofre e a caneta nas mãos. Quer, também, manter por mais quatro anos seu estilo "familiar" de governar.
Na outra ponta da linha, Romero Jucá, o Filho, homem sério e também honesto, mas que não consegue se comunicar - para não dizer, "se explicar" - como se meteu em tantas acusações de rolos, traquinagens e bandalheira com o dinheiro e com o patrimônio públicos.
De concreto, sabe-se que apresentou sete fazendas fantasmas ao Basa como garantia do empréstimo não pago ao banco. O papagaio está em torno de R$ 20 milhões. Lustrado no óleo de peroba, vive agora prometendo em reuniões com produtores rurais que se eleito governador, atuará para liberar recursos do FNO, os mesmos recursos que obteve para o seu fracassado Frangonorte.
Jucá também não consegue explicar como a mulher Teresa, ex-prefeita, saca de sua conta particular no Bradesco e faz depósitos de R$ 237 mil para a conta da empresa do seu filho, Rodriguinho Jucá. A origem da dinheirama, ninguém sabe, ninguém viu. Romero ainda responde no Ministério Público Federal acusação de se apropriar indevidamente de centrais de ar condicionado compradas para o Terminal de Ônibus do Caimbé.
É isso aí. Entre escolher um governador familiar de mais da conta, e um que não consegue explicar certas coisas piriclitantes, não é à toa que metade do eleitorado considere "falta de opção" a eleição deste ano.