- 29 de outubro de 2024
Este ano não vai ser igual àquele que passou! Não, não se trata de nenhuma marchinha antiga de Carnaval. Estamos falando sobre o que pode e não pode nestas eleições de outubro. Com a aplicabilidade das novas normas já neste período eleitoral, o diapasão da campanha por certo será outro.
Não será, portanto, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e muito menos os políticos que vão traduzir o que quer o eleitorado. Esse papel caberá à imprensa. À boa imprensa, sem dúvida.
Serão os veículos de comunicação que vão manter com o eleitor a cumplicidade de analisar quem é quem no tabuleiro de propostas eleitorais. O que cada candidato já fez, o que faz e o que verdadeiramente poderá fazer em prol da sociedade.
Apesar de não contar com um número expressivo de opções para se votar, tanto em nível nacional como no estadual, uma solução terá que sair das urnas, em outubro. Se a vontade popular será respeitada, aí já são outros quinhentos. Suscetibilidades quebradas, sempre resta um tapetão a se recorrer.
Por enquanto, nesse turbilhão de denúncias sobre improbidades administrativas e desvios de dinheiro público, tanto em Brasília como em Boa Vista, à imprensa tem cabido apenas o papel de denunciar. O pior é que na maioria das vezes, tais denúncias têm caído na vala escura do esquecimento.
As instituições têm-se negado a dar a resposta que as pessoas de bem esperam. Não se cassam parlamentares mensaleiros; não se executam condenações do Tribunal de Contas da União (TCU); velhos criminosos se beneficiam da idade para não baterem com os costados na cadeia, e por aí se vai longe.
O cidadão de bem precisa se adaptar à convivência com uma miríade de outras situações não menos constrangedoras. Parece que houve aos poucos uma mudança de paradigma capaz de nos entorpecer a ponto de não mais nos indignarmos com coisa alguma.
Criminosos confessos, por disporem de bons advogados, recebem o beneplácito das brechas legais. O resultado é assassinos frios e covardes soltos, a afrontar nossas consciências. Apesar de condenados a longos anos de prisão, aguardam em liberdade soluções de infindáveis recursos, impetrados um após outro.
No país do faz de conta, políticos traquinas aplicam calotes e fica tudo por isso mesmo. Uma infinidade de atos vergonhosos e de violência espantosa está, assim, a minar frontalmente a esperança do cidadão.
Coisas, aliás, que só podem mudar num regime democrático através do voto. Do voto certo e consciente. E é aí que se espera a boa ingerência da imprensa em seu papel precípuo de denunciar. Papel de companheira dos eleitores, participando de forma engajada dessa nobre empreitada.
Um dia, uma hora, as coisas mudam!