00:00:00

Sá diz que PIB do agronegócio caiu R$ 26 bilhões em um ano

"Há pouco tempo o País vivia um momento único em sua economia, que se traduzia em recordes na balança comercial, na comercialização de insumos agrícolas, máquinas para a colheita e a riqueza do setor rural gerava euforia em muitas cidades do interior do país. Roraima se viu bafejado pela onda de otimismo no campo, com dezenas de empresários rurais desembargando quase diariamente no aeroporto de Boa Vista para conhecer as oportunidades, adquirir terras e ampliar suas áreas plantadas".


"Há pouco tempo o País vivia um momento único em sua economia, que se traduzia em recordes na balança comercial, na comercialização de insumos agrícolas, máquinas para a colheita e a riqueza do setor rural gerava euforia em muitas cidades do interior do país, atingidas por um progresso repentino com aquecimento do mercado imobiliário, de carros de luxo e outros itens de consumo. Mesmo meu estado de Roraima se viu bafejado pela onda de otimismo no campo, com dezenas de empresários rurais desembargando quase diariamente no aeroporto de Boa Vista para conhecer as oportunidades, adquirir terras e ampliar suas áreas plantadas".

Assim o deputado federal Almir Sá (PL) iniciou pronunciamento na Câmara Federal, onde pediu mais atenção do governo para as reivindicações do setor rural, que em sua opinião vive a pior crise dos últimos tempos. "Mais uma vez os produtores fecham estradas, param os caminhões, param as fábricas, queimam colhetadeiras, distribuem carne, milho, frango para a população. Mais uma vez os agricultores vêm a Brasília, agora acompanhados de seus governadores, para cobrar do governo propostas não apenas paliativas, mas que dêem ao setor a oportunidade de crescer de forma sustentada".

O que os produtores querem, segundo o deputado, não é o apadrinhamento do governo, mas simplesmente a garantia de que, se fizeram a sua parte, não serão prejudicados por políticas equivocadas, pela falta de iniciativas do poder público, por uma infra-estrutura falida, por um câmbio que inviabiliza a aquisição de insumos importados e a venda da produção ao exterior, por um governo que, na contra-mão de tudo o que se poderia esperar, destina cada vez mais dinheiro público para que entidades promovam invasões de terras produtivas.

Sá citou levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revelando que os custos da produção estão hoje muito acima da renda proporcionada pelos produtos agrícolas.  "Os produtores de arroz irrigado, por exemplo, têm prejuízo de R$ 15,21 por cada saca comercializada. Na soja, o prejuízo é de R$ 9,65 por saca e no milho, R$ 5,04 por saca. No trigo, o prejuízo é de R$ 11,16 por cada saca de 60 quilos".

Na mesma pesquisa, de acordo com o deputado, 88% dos produtores entrevistados afirmam que o resultado de sua atividade este ano será pior que no ano anterior, contra apenas 12% que estão confiantes num resultado melhor. "Não é para menos. O custo de fertilizantes por hectare, em Mato Grosso, saltou de 102 dólares na safra 2002/2003 para 148 dólares na safra 2005/2006. No mesmo período, o custo com a ferrugem da soja saltou de 10 para 70 dólares e os gastos com óleo díesel passaram de 25,50 dólares por hectare naquele ano para 45,00 dólares por hectare no atual período".

"No geral, o custo de produção em um hectare de soja aumentou 264 dólares entre a safra 2000/2001 e a de 2005/2006. A conseqüência de tudo isso é, entre outras coisas, uma queda de 26 bilhões de reais no PIB da agropecuária de um ano para o outro.  A CNA calcula que a perda de receita do agronegócio atingiu a casa dos 18 bilhões de reais em 2005, inviabilizando o pagamento das dívidas contraídas junto aos bancos. A redução de pelo menos 30% da área plantada com soja, milho, arroz e algodão. São 600 mil empregos a menos na cadeia produtiva".

Sá defende a imediata securitização das dívidas vencidas em 2005 e 2006, incluindo parcelas das dívidas privadas junto a fornecedores de insumos, a desoneração tributária do óleo díesel (CIDE e Confins), ampliação do crédito para o plantio da próxima safra, redução de impostos sobre produtos e insumos, autorização para que sejam importados do Mercosul, com economia anual de 1 bilhão de dólares,  entre outras coisas. "Não é apenas justo, mas imperativo que se atenda a tais reivindicações", disse o deputado, defendendo ainda que o país garanta mais recursos para a defesa animal e vegetal e a implantação efetiva do seguro rural.

Últimas Postagens

  • 29 de outubro de 2024
"Mulher não vota em mulher"
  • 24 de outubro de 2024
Agenda Secreta