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Mulheres estão no comando

Aumenta cada vez mais o número de famílias brasileiras chefiadas por mulheres. Na última década, elas passaram de 7,7 milhões para 12,8 milhões, um aumento de 66%. Atualmente, 26,5% do total de domicílios têm uma mulher no comando. A participação das mulheres no sustento da família também registrou aumento significativo, de 24% em 1991 para 37,7% em 2000.


Carlos Moura/CB/27.9.05
Nilcéa Freire: "trazer à tona esses dados ajuda a entender melhor o que é ser mulher no Brasil"
 
Aumenta cada vez mais o número de famílias brasileiras chefiadas por mulheres. Na última década, elas passaram de 7,7 milhões para 12,8 milhões, um aumento de 66%. Atualmente, 26,5% do total de domicílios têm uma mulher no comando. A participação das mulheres no sustento da família também registrou aumento significativo, de 24% em 1991 para 37,7% em 2000.

Apesar disso, a remuneração feminina continua bem aquém do que recebem os homens. Em 2000, os salários recebidos pelas mulheres representavam 70% dos rendimentos recebidos pelos homens. Entre as mulheres também prevalece um quadro de desigualdade, com trabalhadoras negras ou pardas recebendo o equivalente à metade dos salários pagos para mulheres brancas.

Alguns desses números já eram de conhecimento público, mas agora fazem parte do Sistema Nacional de Informações de Gênero (SNIG), um banco de dados interativo, lançado ontem, no Rio, fruto de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). O sistema foi desenvolvido de acordo com orientações da ONU para que os dados sejam comparados com os de outros países.

Todas as informações do SNIG já estão disponíveis na internet (é preciso baixar o programa) a partir do endereço www.presidencia.gov.br/spmulheres. "Na verdade, já conhecíamos essas diferenças contidas no SNIG", disse a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. "Mas trazer à tona esses dados ajuda a entender melhor o que é ser mulher no Brasil."

Entre os avanços conquistados pelas mulheres, a ministra destacou a educação. Atualmente 64% dos estudantes que concluem curso superior pertencem ao sexo feminino. "Mas ainda vai levar um bom tempo para que isso se reflita no mercado de trabalho, onde impera o que chamamos de 'teto de vidro': as mulheres chegam a um determinado ponto da carreira e dali não passam", afirmou a ministra.

Além das desigualdades entre gêneros, ela destacou a questão racial como um elemento que agrava mais ainda a situação da mulher. "Ser mulher e ser negra no Brasil representa uma discriminação que precisa ser rompida e isso só será possível com a adoção de políticas afirmativas". A igualdade racial e entre homens e mulheres são itens incluídos nas metas do milênio estabelecidas pela ONU.

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