- 29 de outubro de 2024
Edersen Lima, Editor
Brasília - Não é preciso ser nenhum oráculo para prever como se desenvolverão as campanhas dos dois principais candidatos ao governo de Roraima: O atual governador Ottomar Pinto e o senador Romero Jucá
Ottomar, mesmo com idade avançada(77 anos), direta e indiretamente será beneficiado nesse processo por comandar a máquina administrativa. Isso por se só já é mais que uma estratégia de campanha. É toda uma estrutura.
Já Romero Jucá, sabedor da desvantagem, utilizará a seu favor o que Ottomar tem em menor condição: agilidade de movimentação para induzi-lo ao erro. Como? Simples. Jucá empregará ritmo frenético, alucinante à campanha estando em três, quatro e até em cinco lugares quase que ao mesmo tempo. Isso não só inclui bairros, inclui também municípios. A sua idade, saúde e bolso permitem isso.
Tudo bem que todas as pesquisas e o próprio quadro político dão margens de vantagens para Ottomar. Mas campanha é campanha. Ele mesmo já venceu (1990) saindo para a disputa com menos de dois dígitos nas pesquisas. Ele mesmo já perdeu(2002) também para um candidato que iniciou a campanha com menos de dois dígitos.
Restará a Ottomar, então, buscar, ao menos, compensar o frenético e alucinante ritmo de Romero com mais ações ágeis que não impliquem comprometer a sua saúde e colocando o governo para trabalhar a todo o vapor. Aí é que está o cerne da estratégia do senador: Fazer com que Ottomar meta as mãos pelos pés e cometa o mesmo erro que Flamarion Portela, então governador-candidato cometeu e depois perdeu a eleição no tapetão do Tribunal Superior Eleitoral-TSE. Flamarion foi cassado por abusar do poder político-administrativo.
Romero Jucá não aposta somente na votação, no resultado das urnas em outubro. Aposta também num possível terceiro turno aqui em Brasília. Hoje, a Justiça Eleitoral está mais atenta e rígida com abusos eleitorais. Até para própria imagem da instituição, cassar deputados, prefeitos, senadores e governadores - inclusive da base do governo federal - dá ibope. Passa a impressão que ela funciona e atende a finalidade para a qual existe.
Em Roraima, o TRE tem pela segunda vez um dos juízes mais experientes da magistratura local para coordenar o pleito. Um juiz que sabe quem é quem nesse tabuleiro eleitoral. Portanto, é de se esperar que esta seja a eleição mais exemplar em termos de organização, transparência e de cumprimento da lei eleitoral.
Em resumo, a eleição para o governo de Roraima está nas mãos de Ottomar Pinto. É Ottomar contra Ottomar. Se não cometer deslizes no uso da máquina do governo em proveito da sua eleição e nem gafes com eleitorado, já pode encomendar o terno de posse para assumir pela quarta vez o cargo de governador.