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Ottomar e a mulher de César

Vendo de perto, com mais atenção, Ottomar parece carregar o peso da idade, da falta de mais atenção com o andamento de seu governo. A saúde pública, para ficar só neste exemplo, carece de cuidados urgentes pois vive em estado crônico de desatenção e desleixo com quem procura seus serviços. E o governador diz nos jornais que este setor está entre os melhores do país. Só se for entre os melhores dos piores colocados.


Edersen Lima, Editor

Brasília - A César o que é de César. O governador Ottomar Pinto pode carregar nos ombros a peccha de centralizador e ultrapassado. Isso devido ao estilo que ainda mantém de chamar para sí responsabilidades comenzinhas como de não abrir mão de assinar uma diária de R$ 40 para um servidor público.

Mas há de se fazer justiça de que o velho brigadeiro não carrega histórico de envolvimento com corrupção. Porém, neste seu terceiro governo, supeitas e denúncias de maus tratos com o dinheiro público, que Ottomar tanto poupa e zela, se misturam com acusações diversas de má gestão na segurança e na saúde públicas.

Vendo de perto, com mais atenção, Ottomar parece carregar o peso da idade, da falta de mais atenção com o andamento de seu governo. A saúde pública, para ficar só neste exemplo, carece de cuidados urgentes pois vive em estado crônico de desatenção e desleixo com quem procura seus serviços.

E Ottomar diz nos jornais que este setor está entre os melhores do país. Só se for entre os melhores dos piores colocados. Só se for no time de terceira divisão disputando com a saúde pública praticada nos menores e mais inósptos municípios do Nordeste brasileiro. Só assim.

Desleixado nesse ponto ou mal informado, Ottomar Pinto pode ter a certeza de que será por meio da saúde pública ou do que se pensa sobre ela que seus opositores drenarão votos e fortalecerão suas candidaturas.

Agora, aparece o secretário de Administração, Luciano Moreira, pessoa ligada ao senador José Sarney, e entra de corpo e alma numa briga para que uma empresa de Roraima não leve a licitação pública que ganhou para prestar serviços diversos ao governo.

Pelo visto, Luciano Moreira defende que a Atlantica, empresa do seu estado, o Maranhão, toque o serviço com custos 100% maiores que o cobrado pela roraimense R.S. Serviços Ltda.

Ottomar não vê isso. Não sabe disso. Que coisa!

Se há de se dar a César o que é de César e a mulher de César não pode ser só honesta, tem que parecer honesta, Ottomar Pinto para ser governador pela quarta vez não pode ter só a pecha de centralizador. Tem que mostrar ou pelo menos parecer que pode fazer mais e melhor do que vem fazendo.

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