- 29 de outubro de 2024
Este sábado, 13 de maio, deveria ser lembrado pela canetada da Princesa Isabel, há exatos 118 anos, proclamando a libertação dos escravos no Brasil. Vá lá que há controvérsias nessa afirmativa. Mas a data não precisava ser tão avacalhada assim. Será lembrada pelo levante do crime organizado, que escolheu a polícia desorganizada como alvo.
Das 20 horas de sexta-feira (12) até as 20 horas de sábado São Paulo virou Iraque. Sobraram atentados para todos os gostos. Praticados por integrantes de facções criminosas, contra tudo o que pudesse lembrar polícia, aparelho de repressão ao crime. Ninguém que lembrasse força antagônica foi poupado.
O saldo parcial das primeiras 24 horas de horror foi 63 atentados, 30 mortos, 27 feridos e 17 presos para averiguação. Ao contrário de Lula, a Polícia paulista diz que não foi surpreendida pela ação dos bandidos. Sabia antecipadamente da ameaça de atentados. Só não explica por que não montou barricada em torno de seus quartéis e delegacias.
Engana-se quem pensa que o dia de horror que tomou a polícia paulista de assalto é um privilégio deles, paulistas. É uma realidade que atinge todos os brasileiros. Ou alguém em sã consciência aventura-se a fazer um passeio pela periferia de Boa Vista depois das 23 horas?
Na semana passada, um casal de namorados foi rendido na frente da casa da moça. Os dois sofreram que nem sovaco de aleijado na mão dos assaltantes, que levaram a moto do casal. Depois de meia-noite a cidade é das "galeras". Isso, para ser bonzinho. Porque invasões a residências já ocorreram até mesmo durante a novela das oito.
Enquanto o presidente Lula não vê nada, nem sabe de nada, o Brasil vai aos poucos transformando-se de Haiti em Iraque. Ninguém toma qualquer iniciativa para barrar o processo de deterioração da nação. "Não há clima nas ruas".
Enquanto isso, o presidente Lula segue firme na árdua missão de defender o povo... da Bolívia. Afinal, eles têm todo o direito de quebrar contratos, arrombar as portas do patrimônio brasileiro e instalar tropa armada. Nenhuma palavra áspera. Pode irritar o dileto hermano. Aliás, os dois.
(*) Jornalista, e-mail: [email protected]