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EDITORIAL - Eleição sem 'patrão'

Outras decisões unânimes do TRE roraimense também foram reformadas por unanimidade pela instância superior, dando o tom da desatenção, para não ser mais incisivo. Na eleição de 2004, um advogado chegou ao cúmulo de anunciar o placar da votação que ocorreria dentro de uma semana. Acertou em cheio o seu prognóstico. Como ele sabia disso? O que falaram os juízes do TRE sobre isso? Nada.


Se não ocorrer nenhum acidente de percurso até 1.º de outubro - e pode haver -, o inquilino do Palácio Senador Hélio Campos nos próximos quatro anos já está definido. Será Ottomar de Souza Pinto (PSDB), emplacando o quarto mandato à frente dos destinos de Roraima.

Não se pode, no entanto, apostar em nada nessa caminhada de pouco mais de quatro meses até às urnas. Pode haver mudanças de rumos do eleitorado. A dúvida mora na pessoa do opositor do governador: senador Romero Jucá(PMDB), que, através de assessores e dos veículos de comunicação(rádio Equatorial e TVs Imperial e Caburaí) que controla, já deu demonstração de que, em se tratando de eleição, perspectiva de morte do adversário é mote de campanha.

É claro que pesquisa retrata o momento em que é realizada. A última, da lavra do Instituto de Pesquisa Atual da Amazônia (IPAM), feita entre os dias 25 de abril e 2 de maio, mostra Ottomar com 41,2% de intenção de votos, contra 19,2% para Jucá, que perde até para a declaração de voto nulo ou branco (23,8%).

Acredita-se que as eleições deste ano transcorram sob clima de calmaria. Este Fontebrasil duvida disso. Há quem pense que as estripulias e traquinagens não se concretizem. Isso, em razão do endurecimento do discurso do recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello. Este Fontebrasil, também, duvida disso.

Este site crer na possibilidade do pleito de 2006 não chegar ao fim neste ano de 2006. E essa crença não é descartada pelos dois principais candidatos ao governo de que a decisão seja tomada no "tapetão" do TSE. A exemplo do que ocorreu com a eleição de 2002, a definição seria empurrada para 2007 ou até mesmo 2008.

Tal incerteza reside no histórico recente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE). No caso de Flamarion Portela, por exemplo, o TRE errou feio. Equivocadamente, por unanimidade, julgou legítima a campanha do ex-governador. Foi corrigido por unanimidade pelo TSE, que cassou-lhe o mandato quase dois anos depois de empossado.

Outras decisões unânimes do TRE roraimense também foram reformadas por unanimidade pela instância superior, dando o tom da desatenção, para não ser mais incisivo. Na eleição de 2004, um advogado chegou ao cúmulo de anunciar o placar da votação que ocorreria dentro de uma semana. Acertou em cheio o seu prognóstico. Como ele sabia disso? O que falaram os juízes do TRE sobre isso? Nada.

Espera-se que este ano a Justiça Eleitoral não cometa tantos equívocos assim. Mas aí vem um fato no mínimo estranho: o atual presidente daquele egrégio tribunal é um desembargador experiente, mas foi pilhado em conversa telefônica, chamando um governador de "patrão". Não conseguiu até hoje explicar essa relação no mínimo incestuosa.

Num momento em que a política se confunde com maracutaias das boas, será necessário uma Justiça Eleitoral alerta e ágil às denúncias, venham de onde vierem. Um pleito fiscalizado pela Justiça, pelos partidos e pelo eleitor, com a anuência da imprensa, será, com certeza, uma eleição mais justa e sem "patrões". É isso que a sociedade almeja.

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