- 29 de outubro de 2024
Muita gente ficou surpresa com o resultado da pesquisa de intenção de voto realizada pelo IPAM - Instituto de Pesquisa Atual da Amazônia -, no estado de Roraima. Mas além do crescimento de cerca de 500% do candidato a governador pelo PGT, doutor Petrônio (que pulou de 0,5% para 2,5%), não existe muita novidade a merecer registro.
Deve ser ressaltado o fato de Dom Luiz Inácio (PT-SP), liderar a corrida presidencial com 30,2% na pesquisa estimulada (quando o nome é citado) e 35,7% na espontânea. Claro que o fato de nosso amável beberrão ser presidente, desfilar na mídia de forma incessante e utilizar a máquina na pregação permanente, o coloca lá em cima.
Mas é preciso que se verifique o enorme contingente de indecisos, votos brancos e nulos, bem como a quantidade dos que simplesmente não quiseram responder com referência à sucessão governamental. Somando-se tais números, atinge-se impressionante percentual de 64,9%! Quer dizer: longo caminho ainda será percorrido.
Esse resultado revela que Dom Luiz Inácio, por exemplo, teria um percentual de 30,2% na pesquisa estimulada, entre os 35,1% que aparentemente já se decidiram. Ou, para ser mais exato, alcançaria posição beirando 10% no universo geral. Configura-se a certeza de que o mais alto mandatário vai caindo pelas tabelas.
Percebe-se que as próximas eleições irão exigir muito dos postulantes. Na transferência do noticiário político para as páginas policiais, com deputados, senadores e figuras de proa exibindo vezo congênito para a prática criminosa, parte considerável do eleitorado resolveu colocar as barbas de molho.
Mesmo a liderança que a ex-prefeita Teresa Jucá (PPS) vem ostentando, não confere margem de segurança que indique resultado definitivo. A prefeita terá de explicar muitos desvios acontecidos na sua gestão, no instante em que se iniciarem os debates.
Terá de justificar a gravíssima denúncia efetuada pelo engenheiro eletricista Cláudio Roberto Firmino de Oliveira (em depoimento prestado ao Ministério Público Federal), narrando desvios de recursos na formação de quadrilha que assaltou, segundo suas palavras, as arcas da Prefeitura.
O comportamento cauteloso exibido pela população poderá se manifestar em monumental repúdio eleitoral a candidatos que têm transformado a vida da população num verdadeiro inferno. Daqui até o dia primeiro de outubro, ainda irão aparecer muitas denúncias que deixarão mais desmoralizada ainda considerável parcela dos candidatos.
É difícil acreditar que a população roraimense, sofrendo as agruras de crimes nunca punidos cometidos contra o erário, pense em reconduzir aos cargos eletivos os responsáveis pelo seu sofrimento e miséria. Seria preciso vocação masoquista.
Além disso, muitos crêem firmemente que somente uma grande renovação de valores poderá dar fim à roubalheira desenfreada que parece amalgamar o tecido da organização administrativa no Brasil. Na internet, são várias as páginas em campanha que tem como objetivo a moralização do poder público nacional.
Mesmo que incipiente, é possível perceber uma tomada de consciência. As pessoas sabem que os recursos financeiros públicos desviados afetam de maneira sensível a questão do desenvolvimento, com queda no nível educacional e perda de qualidade de vida.
Debater tais questões vai ser obrigação inadiável de todos aqueles que aspiram cargos eletivos. E são poucos os que exibem ficha limpa que respalde suas propostas.
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