- 29 de outubro de 2024
"Diante de tanta notícia ruim, do confisco da Petrobrás na Bolívia, do escândalo das ambulâncias, das declarações do ex-secretário do PT, da greve de fome do Garotinho, das disputas eleitorais, o país, a mídia, o parlamento, o governo e a sociedade não estão dando a devida atenção a uma crise muito mais grave e com conseqüências muito mais danosas no curto prazo".
Com essa afirmação, o deputado federal Almir Sá (PL) manifestou no plenário da Câmara sua solidariedade aos produtores rurais brasileiros que, através do manifesto batizado de Grito do Ipiranga, estão paralisando as atividades em vários estados. "O governo anunciou um pacote que, para a platéia, foi vendido como a salvação do setor e nós dissemos que não seria suficiente. Depois disso, o governo prometeu novas medidas, mas, onde estão?".
De acordo com o deputado, agricultores desesperados estão bloqueando estradas em oito estados, precisamente os maiores produtores de alimentos, protestando contra o câmbio irreal, o alto preço do óleo diesel e o endividamento da categoria, decorrente das altas taxas de juros.
"Esses bloqueios barram a passagem de caminhões e impedem a chegada dos produtos agrícolas, principalmente a soja, aos portos. O problema de abastecimento já é crítico em Mato Grosso e deve se disseminar pelo país. Os armazéns de soja e fábricas de processamento de grãos estão parados. As grandes indústrias multinacionais do setor estão bloqueadas", afirmou.
O deputado explicou ainda que só em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul mais de 50 cidades, antes pólos de prosperidade, estão paradas e em Rondonópolis haviam cinco mil caminhões parados na semana passada, interrompendo toda a cadeia produtiva.
"O que os produtores rurais reivindicam é a renegociação das dívidas com juros mais baixos, redução da Cide e Confins do óleo diesel, programas de combate à ferrugem asiática, alteração da política cambial e a regulamentação do seguro agrícola", além disso, o deputado ainda lembra dos problemas com a febre aftosa, que derrubaram as exportações de carne, e as invasões de propriedades produtivas promovidas pelo MST, que geram insegurança e inibem novos investimentos.
"Quanto tempo vai levar para que o Brasil siga o exemplo da Bolívia, expropriando propriedades privadas, punindo empresas e expulsando investidores?", indagou o deputado, afirmando que Bolívia e Venezuela não são os melhores exemplos a serem seguidos. "Infelizmente o Brasil e nosso governo estão a reboque destes dois pobres países e de seus tresloucados governantes".