- 29 de outubro de 2024
O senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR), tomou posse como ministro da Previdência (nesta corrupta gestão Dom Luiz Inácio, PT-SP), no dia 22 de março do último ano.
Como todos são capazes de recordar, jornais diários e publicações semanais, no exato instante da ascensão de sua excelência, levantaram sua vida pregressa, detalhando sua passagem nos vários cargos públicos já ocupados e reduzindo-o a subnitrato de pó de fumaça.
Dessa forma, o senador Filho, que foi espécie de ministro quase clandestino (não conseguia circular, assediado de forma permanente para explicar miríade de denúncias), terminou por ser demitido a 22 de julho, exatamente no dia em que se completaram quatro meses de sua "promoção" ao posto ministerial.
Agora, expondo com perfeita clareza a quantas anda o nível de carência moral do Senado, eis que Jucá Filho foi designado pela Casa para "integrar a Comissão Mista - Câmara e Senado -, que vai efetuar estudos para moralizar a elaboração da proposta orçamentária do governo federal". Não é brincadeira!
Uma das últimas acusações, dentre as diversas já atribuídas ao senador, foi a de ter captado empréstimo milionário no Basa - Banco da Amazônia -, oferecendo como garantia sete fazendas inexistentes no estado do Amazonas.
O que o vem salvando são as imunidades e os privilégios do cargo. Ele só pode ser processado pelo Supremo Tribunal Federal - STF -, em função de lei aprovada na gestão do ex-presidente FHC (1995-2003), de quem Filho foi vice-líder no Senado.
A população, o eleitorado, vê-se na realidade como mero joguete de interesses de quase impossível assimilação, tornando-se prisioneira da falta de alternativa. É preciso que se faça alguma coisa, que se tomem providências, impedindo-se a consolidação da desordem.
No dia 31 de janeiro deste ano, em depoimento prestado ao Ministério Público Federal (Procuradoria da República em Roraima), o engenheiro eletricista Cláudio Roberto Firmino de Oliveira fez gravíssimas acusações que precisam ser respondidas.
Afirmou que a então prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PPS), juntamente com seu marido, Romero Jucá Filho, formaram quadrilha que estava assaltando os cofres públicos do município.
Cláudio Roberto vive hoje recebendo ameaças, mas mantém sua postura de cidadão e não retirou uma só palavra. A prefeita jamais respondeu às acusações. Renunciou ao mandato e agora se prepara para ser sagrada em convenção, a fim de disputar mandato senatorial por Roraima. Diz que ganha de qualquer maneira.
Não é possível que a população do estado esteja tão anestesiada e não preste atenção à gravidade de tal quadro. Um mandato de senador dura oito anos, uma eternidade. O de Romero Jucá Filho termina em 2011!
Entrei com três pedidos de cassação de seu mandato e todos foram rejeitados pelo senador João Alberto (PMDB-MA), pau-mandado do senador José Sarney (PMDB-AP). Colocar um senador é muito fácil. Tirá-lo é quase impossível!
Até hoje, o único senador cassado foi Luiz Estevão (PMDB-DF), envolvido no desvio de mais de 169 milhões de dólares na construção do prédio do TRT de São Paulo. Só foi cassado por conta da enorme pressão da opinião pública.
Mesmo assim, o processo foi extenuante. Indispensável, pois, refletir com carinho a respeito do voto nas próximas eleições. A hora é de limpeza geral! (continua).
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