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EDITORIAL - Cadê Teresa?

Que Romero Jucá é cara de pau, isso todo mundo sabe. E Teresa parece que segue os mesmos passos. No ano passado a opinião pública ficou sabendo de suas estripulias, a exemplo dos depósitos totais de R$ 236 mil de sua conta particular para a conta do enteado Rodriguinho Jucá. Nada de mais, caso ela pudesse explicar a origem da montanha de dinheiro em questão.


O Senado é a mais antiga das instituições dentro da Democracia. Derivado do Conselho dos Anciãos, teve origem na fase republicana de Roma, por volta de 510 a.C. Ali, a principal função era assessorar as autoridades de então, chamadas de cônsules.

Mais tarde, conhecido como Câmara dos Lordes, o Senado da Inglaterra do século XIV inspirou o Senado americano, instituído pela Constituição de 1787. Essa facção do parlamento tinha o objetivo de manter o caráter federativo da União na chamada "Nova Inglaterra". Os franceses criaram o Senado após a Revolução de 1789.

No Brasil, um arremedo de Senado, conhecido por "Concelho" (e não Conselho), data do século XVIII. Tratava-se de órgãos municipais inspirados em instituições portuguesas. Experiências frustradas.

Mais tarde, em 1823, Dom Pedro I outorga a primeira Constituição, trazendo no bojo a criação da assembléia geral, composta por Senado e Câmara Federal, ambas subordinadas ao imperador.

A partir daí, cria-se o entendimento que o Congresso Nacional, formado pelas duas Casas legislativas, tem funções definidas. O Senado, a função precípua é defender os interesses do estado federado. Já a Câmara, defende os interesses do povo.

Pois bem, para quem quer ser senadora, a ex-prefeita Teresa Jucá não disse a que veio. Nos momentos mais críticos do estado de Roraima, ela se manteve ausente, totalmente alheia aos problemas.

Isso ocorreu no ano passado, quando Roraima ardeu em protestos contra a assinatura da homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol em área única. O mesmo vem acontecendo desde o mês passado, quando renunciou à Prefeitura de Boa Vista. Sumiu sabe-se lá para onde.

Teresa escafedeu-se exatamente no momento em que deveria estar mais presente, mais aguerrida na luta em prol de milhares de pessoas que relutam em deixar para trás toda uma história de vida construída em terras localizadas no interior da recém-homologada reserva. Não que se trate somente de pessoas que estão sendo desalojadas de suas propriedades, mas do setor mais forte da economia roraimense.

Como se pode admitir uma representante de um estado que não se envolve em suas questões mais importantes? Como ser representante de um estado sem discurso? Com que cara Teresa Jucá vai pedir voto e dizer que quer representar Roraima no Senado? Teresa fará em Brasília o que Romero não fez em 12 anos de mandato?

O que a ex-prefeita tem demonstrado é omissão da "braba". Mas tem o exemplo dentro de casa. Afinal, é exatamente isso o que vem fazendo o marido Romero Jucá ao longo dos tempos com relação à questão fundiária. Com 12 anos de corpo presente no Senado Federal, pouco se sabe o que fez nesse sentido. Sua maior tarefa tem sido manter-se pendurado nas tetas do governo de plantão. Ontem era líder de FHC, hoje é de Lula.

Que Jucá é cara de pau, isso todo mundo sabe. E Teresa parece que segue os mesmos passos. No ano passado a opinião pública ficou sabendo de suas estripulias, a exemplo dos depósitos totais de R$ 236 mil de sua conta particular para a conta do enteado Rodriguinho Jucá.

Nada de mais, caso ela pudesse explicar a origem da montanha de dinheiro em questão. Não pôde. Sobra-lhe, ainda, a condenação no Tribunal de Contas da União (TCU), por desvio de dinheiro público e notas fiscais frias da obra do Hospital Santo Antônio.

Por essas e outras é que Teresa tem levado muita gente boa a reconhecer que ela foi feita sob medida para usar o sobrenome do pau pra toda obra do governo (qualquer governo), Romero Jucá. Isso sem tirar nem pôr. É a união da fome com a vontade de comer. Do levanta que eu corto. Do farinha pouca, nosso pirão primeiro.

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