- 29 de outubro de 2024
Ainda está repercutindo, em Brasília e em Roraima, a investida do senador ACM (PFL-BA), que chamou o senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) de "ladrão". Não é esta a primeira vez (nem será a última), que o senador baiano assume comportamento pouco ortodoxo para combater quem elege como adversário.
O rompante de ACM, no plenário do Senado, deveu-se ao fato de Jucá Filho (por orientação do governo federal), ter se posicionado contra projeto concedendo aposentadoria para donas de casa e outros trabalhadores de baixa renda.
O parlamentar baiano disse que Filho "é um ladrão dos pobres de Roraima". E ironizou o fato de o senador ter sido líder da gestão entreguista e lesa-pátria do sociólogo boca frouxa, FHC (1995-2003), "e de todos os governos".
Em resposta ao ataque, Filho apenas gaguejou: "-O senhor tem um passado maior que o meu". Como se confirmasse a acusação e lembrando ao velho morubixaba da terra do acarajé que a diferença é tão somente do tempo de ação que cada um vem exercendo. Filho não deu sinais de que irá processar seu acusador.
Uma outra leitura que se faz do acontecimento, na opinião de analistas políticos nacionais, é a de que Filho se encontra em pleno descenso e se aproximando da hora de prestar contas de todos os seus atos à Justiça. Atualmente, na condição de senador, ele só pode ser processado pelo STF - Supremo Tribunal Federal.
É lá que tramita processo referente a empréstimo milionário que arrancou do Basa - Banco da Amazônia S/A, oferecendo como garantia sete fazendas inexistentes no estado do Amazonas. O assunto foi amplamente divulgado nos principais jornais do país. A Folha de S. Paulo, inclusive, pespegou-lhe o epíteto de "Fazendeiro do Ar".
Percebendo que sua anunciada candidatura ao governo de Roraima está fazendo água por todos os desvãos, Jucá Filho está seriamente empenhado em eleger a ex-prefeita de Boa Vista Teresa Jucá (PPS) para a única vaga senatorial em disputa neste ano de 2006.
A ex-prefeita ainda goza de certo apelo eleitoral no estado, pois, como se sabe, a informação demora muito até alcançar camadas mais pobres da população. É só observar o caso dos dois últimos ocupantes do Palácio do Planalto. Só se descobriu na realidade quem é FHC, depois de seu segundo mandato.
O mesmo irá acontecer com Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, chamado de "nosso guia" pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim e sua corte de bajuladores de ocasião.
No caso da ex-prefeita, as acusações mais devastadoras, em período recente, foram efetuadas pelo engenheiro eletricista Cláudio Roberto Firmino de Oliveira.
Este declarou, em depoimento ao Ministério Público, ser de propriedade do senador Filho a empresa de engenharia Soma, responsável pela construção do Terminal de ônibus do Caimbé (bairro de Boa Vista). E listou infindável quantidade de material de construção desviado de lá para a produtora de TV que disse pertencer ao senador.
As pessoas reclamam, dizem que a vida está ruim, que desvios efetuados por nossas autoridades são humilhantes, mas se esquecem de muita coisa na hora de votar e se condenam ao teclar na máquina eleitoral o número de candidatos sem qualificação que denote honestidade. Será que as pessoas gostam de sofrer?
Ora, ACM chamou Filho de "ladrão", por ele ter apresentado recurso contra projeto que beneficiaria pessoas de baixa renda. É preciso o velho babalorixá condenar o comportamento de Romero Jucá Filho, para que todos abram os olhos?
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