- 29 de outubro de 2024
Pauta
A agitação ontem no Congresso foi o desdobramento da reportagem de O Globo, edição de domingo, 23, sobre os gastos da verba indenizatória dos deputados. No olho do furacão, o deputado Chico Rodrigues, classificado como campeão de gastos com gasolina - R$ 60 mil nos três primeiros meses do ano -.
O presidente da Casa, Aldo Rebelo mandou a Corregedoria investigar os gastos com a verba indenizatória. O pedido não se restringe a Chico Rodrigues.
O que pega para Chico é a sua declaração de que quando não consegue nota para ressarcir suas despesas com alimentação, apresenta notas de gastos com combustível.
"Nota fria"
Para os parlamentares, Rodrigues deveria ser alvo de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. "É um absurdo ele afirmar que faz troca de notas. É uma quebra de decoro. Procurar nota para justificar uma despesa é o mesmo que procurar uma nota fria", disse o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP).
Pratos limpos
O vice-líder do PFL, deputado Pauderney Avelino (AM), disse que Rodrigues deve explicações. "Acho que tudo isso tem que ser colocado em pratos limpos. Não só o problema dele, mas de outros também", afirmou. Em 2005, a Câmara gastou R$ 41 milhões com combustíveis.
Argumentos
Chico Rodrigues tem uma frota de 11 veículos e, segundo ele, serve para atender as suas atividades parlamentares e da sua fundação - Esperança -. "Quem vive em Roraima sabe como o político com mandato tem que arcar com certas obrigações como transportar doentes, visitar e apoiar as bases no interior. Ou seja, tudo isso acarreta em gastos de combustível".
Argumentos 2
Chico ainda lembra que a verba indenizatória prevê ressarcimento com custos de produção de peças publicitárias para rádio e TV, e nem por isso se beneficia com a produtora da sua família. "Todo mundo em Roraima sabe que a Alto Astral(produtora de vídeos) é do meu filho Pedro Arthur. Eu poderia muito bem usar notas da produtora para justificar os meus gastos e nem por isso o faço. Estou tranqüilo e com a consciência em paz".
Partido de "nós dois"
O PDT roraimense bem que poderia ser chamado de Partido dos Dois Tuxauas (Augusto Botelho e Rodolfo Pereira). A dupla convocou reunião da agremiação "deles" para sábado, 29, quando os "dois" decidirão se lançam um ou o outro candidato ao governo ou se os "dois" apóiam ou não Ottomar Pinto.
Na pauta que os "dois" têm em mente para discutir entre ambos e tete-a-tete um com o outro sozinhos, está o pleito de propor uma participação substancial na chapa de Ottomar, onde, um dos "dois" seria indicado para alguma coisa.
Pragmatismo
Sem pragmatismo, político que quer galgar degraus não anda. Escolhido líder da bancada por maioria absoluta dos deputados do PL, Luciano Castro viu um horizonte novo e amplo se abrir ainda mais quando o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, assumiu a presidência do seu partido.
Alfredo, ex-prefeito de Manaus, é candidato ao Senado. O PL é da base governista com assento no Ministério dos Transportes. O resto é só somar dois mais dois. É claro, se as urnas permitirem.
Quem sobra?
O TSE sonha em baixar normativa impedindo que candidatos que respondem a processos civis e administrativos concorreram em outubro.
Caso isso aconteça, quem sobra em Roraima para as disputas para o governo, Senado, Câmara e ALE?
Bocada
Está no forno para votação no Congresso uma das maiores bocadas dos últimos temos. Trata-se de emenda constitucional (ou PEC) que permite que funcionário da União, dos Estados, dos municípios e do DF opte, em 90 dias a partir da aprovação do texto, entre ficar no órgão de origem ou ser efetivado num outro para o qual foi requisitado. A única condição é estar há mais de três anos consecutivos na nova função.
Em miúdos: o sujeito (ou sujeita) fez concurso para ganhar R$ 2.000 num órgão qualquer em Roraima, arranjou um jeito de ser requisitado por um amigo poderoso para receber R$ 10.000, no Amazonas, Pará ou no Paraná, e fica livre para "escolher" em qual dos dois será efetivado daqui para a frente. É mole?
Enquete
Esotérica até o último fio de cabelo, a ex-prefeita Teresa Jucá, avessa a essas confusões por causa da questão indígena no estado, viajou ninguém sabe ninguém viu pra onde. Daí, o site www.fontebrasil.com.br veicula a partir de hoje a enquete "Cadê Teresa?".
Enquete 2
Os leitores do Fonte poderão arriscar o paradeiro da candidata ao Senado, entre as montanhas do Tibet onde ela teria ido trocar idéias com o Dalai Lama; ou estaria ela se energizando toda de braços erguidos em Machu Pitcho, no Peru; ou quem sabe estaria ela em Oklahoma, EUA, num templo da Igraja da Cientologia, a mesma do astro Tom Cruise; de repente, Teresa foi abduzida por um ET esteja vivendo experiências intergaláticas; ou quem sabe, num terreiro dos bons lá na Bahia ouvindo a batida suingada de mãe Joana Carranza, ao tambor.
Acesse e vote.