- 29 de outubro de 2024
O processo de moralização da vida pública brasileira é trabalho lento a requerer intensa mobilização de toda sociedade. Essa mobilização será realizada em etapas, passo a passo, através da conscientização de todos os setores.
No Brasil, já se começa a pensar nesse trabalho (em função das eleições que se aproximam), tratando-se de colocar as peças nos devidos lugares. Cidadãs e cidadãos estão convocados à tarefa de salvação nacional, com vistas ao futuro da própria nação. Nas ações aparentemente pequenas, dão-se exemplos e se constrói o futuro.
Agora mesmo, em Roraima, aguarda-se para dentro de poucos dias sentença a ser proferida pelo juiz titular da 1ª Zona Eleitoral, Euclydes Calil Filho, com relação à legitimidade de transferência do domicílio eleitoral do deputado federal Wanderval Santos (ex-"bispo" Wanderval).
Como se sabe, sua excelência, contemplado com cerca de 150 mil reais oriundos das arcas do valerioduto, resolveu transferir seu título para Roraima porque em São Paulo seu nome se encontra mais sujo do que pau de galinheiro.
Muitos acham que o Diretório Regional do PL já deveria ter se pronunciado a respeito, através de seu presidente, deputado estadual Mecias de Jesus, conferindo certa tranqüilidade à população na garantia de que o deputado paulista não será mais um criminoso a encontrar abrigo por essas bandas. Que não teria legenda.
Recentemente, o presidente da Assembléia declarou que Wanderval lhe garantira não pretender ser candidato por Roraima. Ora, que credibilidade pode ter uma figura como Wanderval, depois de enganar a tudo e a todos, inclusive à própria Igreja do qual fez ou faz parte? Prova disso é que foi destituído do título de "bispo".
A bem da verdade é bom que se diga que o parlamentar paulista não sofreu nenhum processo de condenação em juízo, e foi absolvido pelo plenário da Câmara dos Deputados no pedido de cassação a que foi submetido.
Mas a absolvição, longe de servir como atenuante caracterizou-se como agravante. A cassação tinha sido aprovada pelo Conselho de Ética, com voto contrário de três parlamentares: Josias Quintal (PSB-RJ), Ângela Guadagnin (PT-SP) e Edmar Moreira (PFL-MG).
Foi o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) quem atuou como relator do processo, acusando Wanderval de "quebra de decoro por ter terceirizado seu mandato em favor da Igreja Universal do Reino de Deus". Colocado em votação (secreta), a cassação foi rejeitada por 179 votos, com 242 votos favoráveis, 20 abstenções e 3 em branco.
O que nós estamos observando é um clima de desmoralização sem precedentes na vida política brasileira, na preservação de figuras que deveriam estar confinadas a presídios de segurança máxima.
Analfabetos e desqualificados moral de todos os matizes têm ocupado os principais espaços, transformando a representação em verdadeira latrina. Protegidos e amparados por ladravazes maiores e que se aliaram aos piores esquemas e arranjos.
Foi o presidente FHC (1995-2003) quem tratou de oferecer garantia plena a todos que ocupassem cargos eletivos, permitindo imoral abrigo aos mais reprováveis atos. Fez aprovar uma lei, no Congresso Nacional, determinando que autoridades só poderiam ser julgadas pelo Supremo Tribunal Federal - STF.
Da gestão FHC, até os dias atuais, os desmandos vêm se multiplicando num ritmo crescente. Espera-se que, nas próximas eleições, através de intensa participação social, dê-se início a processo de reversão nos insuportáveis desmandos.
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