- 29 de outubro de 2024
O senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR), "repetiu, na semana passada, o velho e conhecido discurso" no qual defende decisão "que atenda os dois lados da questão Raposa/Serra do Sol". A informação foi prestada pela coluna "Opinião Formada" (Edersen Lima), Fonte Brasil (www.fontebrasil.com.br).
É inviável atender-se a dois senhores. O que se pretende com a questão dessa reserva indígena é simplesmente "armazenar" riquezas minerais da região, para atender necessidades materiais de nossos opressores (EUA à frente).
Percebe-se que o senador tenta discurso que o impulsione ao governo estadual, jogando cortina de fumaça nos olhos de todos. É certo que, na natureza, tudo flui (a transformação é contínua). O "sim" de hoje pode ser o "não" de amanhã, dependendo de circunstâncias, entendimento e viabilidade.
Mas existem coisas simplesmente impraticáveis, no sonhado equacionamento. Por exemplo: como materializar as sete fazendas que o senador Filho entregou como garantia de empréstimo milionário levantado junto ao Basa - Banco da Amazônia?
De acordo com documentos guardados na instituição financeira, as sete fazendas estão localizadas no estado do Amazonas. O jornal Folha de S. Paulo, que enviou alguns de seus melhores repórteres para que apurassem o assunto, colocou em Filho, inclusive, o epíteto de "Fazendeiro do Ar".
Ou se serve a um, ou a outro. Ou a Deus, ou ao Diabo. O próprio Jesus Cristo, ao responder ao grupo de fariseus e herodianos se era lícito pagar tributo a César (Mt., 22, 15-22), lançou "as bases da separação entre a ordem da política e a ordem do espírito: A César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
No reino da moeda, impera a patifaria e a vigarice. É triste observar nossa classe dirigente curvando-se a imposições estrangeiras, sem razão para tal comportamento.
Privilegiam-se banqueiros, interna e externamente (o capital financeiro não tem pátria), em detrimento de população que trabalha de sol a sol sem nenhum direito, só dever. O brasileiro paga cinco meses de salários, anualmente, em impostos, financiando atores políticos expostos em falcatruas e palhaçadas do mais baixo nível!
Impressionante é saber que estamos atrelados ao dólar norte-americano, e que ele não passa de mero "papel pintado", sem nenhum valor. Nossa dívida externa é fruto de manobra contábil, artifício dos mais vergonhosos. Ditada por moeda sem referência e cujo valor é arbitrado de forma aleatória. Eles é que determinam quanto devemos.
No livro "A História do Dinheiro", Jack Weatherford relata as duas medidas tomadas pelos EUA e que dissociaram o dólar do ouro, transformando-o em mera impressão colorida. A primeira medida, por Franklin Roosevelt (1933); a segunda, por Richard Nixon (1971).
Não se vai exigir do atual presidente, Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, que tome conhecimento de seja lá o que for. Mas interessa aos que formam opinião na nossa sociedade saber do fato. Inacreditável que se continue a reverenciar a moeda norte-americana, garantida por sua máquina militar. Balas e bombas, o ouro!
Quanto ao resto, precisamos tão somente de mudança radical na representação política, alterando rumos da decadência que nos obrigam a seguir. A tarefa é dificílima, mas poderá se viabilizar depois de dado o primeiro passo.
Nada de se tentar materializar fumaça. Isso, não! Como pegar fazendas ofertadas como garantia no empréstimo do Basa, e nelas construir abrigos para os expulsos da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. Não se tem como emendar soneto inexistente.
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