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Invenção de territórios indígenas - Márcio Accioly

Imagine-se uma pessoa com mais de 60 anos de idade, que passou a maior parte de sua vida útil cuidando de uma propriedade rural, educando seus filhos e cumprindo deveres como cidadão, acreditando na Justiça e na igualdade de direitos como prega a Constituição. Aos 63 anos de idade, essa pessoa vê-se obrigada a sair de suas terras, enxotada pelo irresponsável governo federal, o qual sequer a indenizou. Governo moralmente desqualificado.


Imagine-se uma pessoa com mais de 60 anos de idade, que passou a maior parte de sua vida útil cuidando de uma propriedade rural, educando seus filhos e cumprindo deveres como cidadão, acreditando na Justiça e na igualdade de direitos como prega a Constituição.

Aos 63 anos de idade, essa pessoa vê-se obrigada a sair de suas terras, enxotada pelo irresponsável governo federal, o qual sequer a indenizou. Governo moralmente desqualificado e, até recentemente, conduzido por quadrilha de assaltantes dos cofres públicos, chefiada pelo mesmo amável beberrão que lá continua.

Essa pessoa (prestes a ser retirada de suas terras), é o cidadão Terêncio Tadeu de Lima, apenas mais um dentre cerca de 250 famílias que serão brutalmente arrancadas da recentemente homologada reserva indígena Raposa/Serra do Sol.

O decreto de homologação, assinado no dia 15 de abril de 2005, concedeu prazo de um ano para a retirada das famílias, embora, até agora, nenhuma tenha recebido um centavo sequer da indenização a que tem direito. A espera é angustiante.

À medida que se torna inevitável sair, Terêncio e os demais observam o início da ocupação de suas terras, com a invasão paulatina por parte de índios que já começaram a disputar entre si algumas das propriedades. E não têm culpa.

Alegou-se, à época da criação da reserva (portaria assinada em 11/12/1998 pelo então ministro da Justiça, Renan Calheiros, durante a entreguista gestão FHC, 1995-2003), que o território pertencia a tribos que ali viviam "desde tempos imemoriais". Elaborada mentira!
Sempre se recorre a argumentos falaciosos. Foi assim, durante o processo de criação da reserva indígena wai-wai (área inicial de 330 mil hectares, posteriormente aumentada para 450 mil hectares).

Na edição da Folha de Boa Vista do dia 26 de agosto de 1999, o ex-oficial da Força Aérea Brasileira, Arnaulf Bantel, conta como aconteceu:

"-Os wai-wai foram trazidos da então Guiana Inglesa, atual República da Guiana, em ação humanitária do governo brasileiro para evitar o massacre da etnia por parte dos índios tiriós que habitavam o sul do Suriname". Na década de 60.

Bantel era um dos pilotos da Operação Mapuera, cuja missão "foi abrir pistas de pouso ao longo da fronteira do Brasil com a Guiana, na região do rio Anauá, onde os wai-wai habitam atualmente". A informação consta de publicação do EIR - Executive Intelligence Review, Máfia Verde, num trabalho primoroso de levantamento dos dados.

Por tudo isso, aconselha-se às sociedades roraimense e brasileira ficarem atentas ao discurso radical dos que antes bajulavam, mas agora falam mal de Dom Luiz Inácio, nosso amável beberrão, que apenas deu seqüência à política entreguista do antecessor.

Cuidado com parlamentares predadores e vestidos em pele de cordeiro (que no momento falam grosso), responsáveis por roubos e desvios que eternizam a miséria do nosso povo. Enriquecidos à custa do sofrimento alheio.

Falta ao Brasil, em especial, um nacionalista na Presidência da República, homem ou mulher que não se dedique apenas às mordomias, ou ao roubo explícito. Para que se reverta esse quadro de miséria e abandono, resgatando o país para o seu povo.

É preciso que se promova renovação geral, no engajamento dos diversos setores de classe média e de todos os cidadãos (jovens e velhos, homens e mulheres), antes que a paciência se esgote e a convulsão social se torne inevitável.

Não é possível que se assista passivamente a esse descalabro!

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