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EDITORIAL - O troco vem mais tarde

Como mãe adotiva do Partido dos Trabalhadores, a igreja católica tem lá sua parcela de responsabilidade. Mantém os olhos voltados para a defesa intransigente da minoria indígena. Essa mesma minoria que faz e opera sempre em favor de ONGs internacionais cuja principal motivação está nos ricos minérios incrustados no subsolo da reserva.


A natureza foi muito pródiga com Roraima. Tirando a seca, que ocorre normalmente entre janeiro e março - este ano foi bem menos rigorosa -, nada de tão espantoso se verifica por estas bandas.

Já o governo federal não tem sido tão benevolente assim com a gente macuxi. Decisões engendradas nos gabinetes de Brasília caem sobre o estado com a força de tsunamis ou terremotos. Certos segmentos da sociedade são bem mais atingidos por eles.

Os servidores públicos do antigo território federal, por exemplo, fazem parte de um quadro em extinção, mas, para o governo Lula, eles próprios, os servidores, estão em extinção. Não concorrem em igualdade de condições com os demais servidores da União. Nada de aumento, nada de progressão funcional. Nada de nada.

O MST faz e acontece Brasil afora. Nenhum corretivo por parte do governo federal. Nada de mais em invasões de fazendas produtivas, destruição de plantações, desmonte de laboratórios através de ações de vandalismo explícito etc. Para o governo Lula, tudo ação legítima dos movimentos sociais.

Enquanto isso, trabalhadores honrados de Roraima e suas famílias são aterrorizados com o despejo iminente de suas terras. Terras das quais detém a posse imemorial. Alguns com mais de 100 anos. Propriedades que passam de pais para filhos, para netos, e por aí. Deixarão para trás a convivência pacífica que sempre mantiveram com os indígenas. 

Muitas fazendas, antes produtivas, hoje não passam de viveiros de fantasmas. Tudo por estarem localizadas na terra Raposa Serra do Sol, homologada de forma sórdida e covarde pelo governo de plantão.

Como mãe adotiva do Partido dos Trabalhadores, a igreja católica tem lá sua parcela de responsabilidade. Mantém os olhos voltados para a defesa intransigente da minoria indígena. Essa mesma minoria que faz e opera sempre em favor de ONGs internacionais cuja principal motivação está nos ricos minérios incrustados no subsolo da reserva.

Ao atuar politicamente, gerenciando áreas indígenas e suas problemáticas, a igreja de Bento 16 em Roraima esquece-se de sua missão precípua, que é propagar a Palavra da Verdade. Não à toa experimenta sensação de estar no deserto.

Na periferia de Boa Vista quase não se vê mais igrejas católicas. As que existem estão vivendo dias de debandada geral. Os fiéis mostram-se céticos em relação às homilias, que têm sua ênfase maior na questão indígena.

Muitos já trocam as missas por cultos no segmento evangélico, que apresentam explosão considerável de crescimento.

Por tudo isso, apesar de manter um eleitorado inexpressivo, o estado estará dando o troco ao governo Lula, nas eleições de outubro. Poderá amargar uma das menores votações proporcionais do país. Tudo por conta do descaso. Esperar para ver.

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