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Pesquisa revela dificuldades para Jucá - Por Manoel Lima

A seis meses das eleições de outubro, o resultado da última pesquisa junto ao eleitorado de Roraima não deixa dúvidas de que Romero Jucá está no "sal", isto é, com dificuldades de ganhar o pleito para o governo. O eleitorado de Roraima, principalmente o da Capital, Boa Vista, onde os votantes de fora representam a grande maioria absoluta, hoje com mais de 60 por cento da população dita de "casa", é que mais questiona a ética e honestidade do senador e da ex-prefeita Teresa Jucá.


Brasília - A seis meses das eleições de outubro, o resultado da última pesquisa junto ao eleitorado de Roraima não deixa dúvidas de que Romero Jucá está no "sal", isto é, com dificuldades de ganhar o pleito para o governo. O eleitorado de Roraima, principalmente o da Capital, Boa Vista, onde os votantes de fora representam a grande maioria absoluta, hoje com mais de 60 por cento da população dita de "casa", é que mais questiona a ética e honestidade do senador e da ex-prefeita Teresa Jucá em razão das graves acusações de improbidade administrativa que pesam sobre os dois, e, segundo a pesquisa, tende a anular qualquer possibilidade de marido e mulher se dar bem nas urnas de outubro.

Nas eleições de 94, quando foi eleito senador pela primeira vez, esse fato ganhou proporções junto aos políticos locais pela persistência do então governador Ottomar Pinto insistir na eleição de um candidato totalmente desconhecido, Antônio Brito, deixando de apoiar um outro candidato com maior densidade eleitoral, Barac Bento. Um erro de avaliação, claro, não justifica outro erro. Ottomar pagou para ver o seu erro de avaliação e, por quase dez anos, sofreu na carne os prejuízos políticos por deixar à revelia do eleitorado a candidatura de Romero Jucá, sem fazer nada para obstaculizá-la.

Agora, parece, o velho brigadeiro entendeu o recado de suas hostes e, tão logo assumiu o governo em novembro de 2004, afastou-se de Jucá como o diabo se afasta da cruz. Porque em 2002, quem menos trabalhou por sua eleição - quando os dois estavam no mesmo palanque - foi exatamente Romero Jucá; que cuidou apenas de sua reeleição ao Senado.

Ottomar tem mostrado que os revezes nas eleições de 2000 para prefeito e em 2002 para o governo, apesar do aparato de corrupção montado por Flamarion Portela, foram suficientes para mostrar o caminho mais curto para o sucesso de sua reeleição. Sem Jucá por perto, sem a necessidade de ter ao seu lado figuras políticas superadas, Ottomar ainda assim tem mantido no seu staff, políticos que podem lhe trazer dissabores; mas sem que isso possa causar estragos na campanha por mais quatro anos sentado na cadeira do Palácio Senador Hélio Campos.

Tem um bom candidato ao Senado, Mozarildo Cavalcanti, sem rejeição maior; candidatos com certa dose de densidade eleitoral para os cargos proporcionais, na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa. Falta apenas Ottomar re-cooptar o deputado Chico Rodrigues, que teima em sair candidato, independente ou não, ao Senado. Resolvida essa questão de uma candidatura foram do processo eleitoral, Ottomar pode dormir tranqüilo e preparar o terno novo para a posse em 1º de janeiro de 2007.

É isso que a pesquisa do Instituto de Pesquisa Atual da Amazônia projeta. A partir das convenções partidárias, durante o mês de junho, a tendência do eleitorado é se definir por inteiro pelos candidatos. E, hoje, quase seis meses das eleições, o eleitorado já disse o que quer. Teresa Jucá, com os 30 pontos percentuais que a pesquisa lhe dá, estána média podendo estacionar nesse patamar de sua interação com o seu eleitorado. A campanha eleitoral propriamente dita dará o tom da vontade do eleitorado, principalmente quando foram expostas as mazelas administrativas dos candidatos.

Dessa campanha quem deverá se beneficiar será apenas Mozarildo Cavalcanti. O restante da eleição parece estar se materializando no caminho da reeleição de Ottomar, e da eleição de uma maioria absoluta para as duas casas legislativas.

Fôlego o governo tem para impor os rumos de uma campanha favorável, e ditar as regras que nortearão a vontade do eleitor. O resto o programa eleitoral gratuito se encarregará de fazer. Porque camisas, botons, santinhos e shows-mícios não acompanharão a campanha eleitoral. Além do que procuradores jovens que atuarão junto à Justiça Eleitoral se encarregarão de fiscalizar e punir os autores dos crimes eleitorais, como a derrama de reais, muito próprio dos traquinas.

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