- 29 de outubro de 2024
Hoje (5) é dia decisivo para a CPMI dos Correios. Tudo pode acabar em pizza. Ou numa grande ressaca de dar inveja a qualquer Quarta-Feira de Cinzas. A cizânia criada em torno do conteúdo do relatório a ser apresentado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) é grande. Parece mesmo que o texto não passa. O que será uma pena.
O país, que poderia se ver livre da bandalha, está fadado a continuar trilhando a estrada da corrupção deslavada, sem que ninguém bata com os costados na fria lápide das masmorras. Paulo Maluf conhece desse riscado.
O imbróglio caminha para resultado análogo ao do Banestado, de triste memória. Aquela CPMI andou, se arrastou, quase parou, até perder todo o gás, morrendo sem qualquer desfecho positivo.
E agora vem a senadora Ideli Salvatti (petista de carteirinha, lá de Santa Catarina) dizer que o relatório de Srraglio não tem consistência porque, mesmo afirmando ter havido o mensalão, não se reporta ao período de 1998, quando Eduardo Azeredo (PSDB) meteu a mão na cumbuca do Valerioduto.
Não seria mais viável incluir Azeredo ou qualquer outro assecla no relatório? Parece melhor que estragar todo o trabalho elaborado a duras penas por alguns que ainda buscam manter a consciência tranqüila do dever cumprido.
Crime deve ser encarado como crime. Sem sofismas. Se a única forma de se punir os espertalhões engravatados que hoje mandam e desmandam no país - a ponto de quebrar sigilos de pessoas do bem - for punir quem cometeu erros no passado, que o façam, se isso não ferir a legislação vigente.
Durante a campanha eleitoral de 2002 a atriz Regina Duarte dizia ter medo do PT no governo. Temor mais que justificado hoje. No Poder, o equivocado PT só fez estripulias. A partir das primeiras medidas de 2003, já era possível prever esse desfecho nada glorioso.
E o presidente continua em sua empáfia (ou, quem sabe, miopia), dizendo que jamais se viu no país momento de tão grande desenvolvimento. Tem razão. Fala assim porque não sabe de nada, não vê nada, não lê nada...
Enquanto Lula conta bravatas aos que vivem do Bolsa Família nos mais estigmatizados bolsões de miséria do Nordeste (está hoje na Bahia), o país amarga crescimento pífio de 2,3% do PIB. Crescimento no bom estilo "rabo-de-cavalo". Para baixo. Uma pena.