O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem aos nove ministros que tomaram posse, "muita coragem de brigar", referindo-se às próximas eleições. O presidente fez uma comparação entre e disputa eleitoral e a Copa do Mundo, afirmando que assim como o governo é favorito nas eleições de outubro, a seleção brasileira é favorita na Copa, mas ambos têm que confirmar em campo. Apesar da avaliação positiva em torno da reeleição, o presidente recomendou humildade a seus auxiliares.
Lula com os ministros ao fundo: "Se a gente analisar, vai dizer: o Brasil vai ser campeão do mundo. Mas a disputa não é fácil"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem aos nove ministros que tomaram posse, "muita coragem de brigar", referindo-se às próximas eleições. O presidente fez uma comparação entre e disputa eleitoral e a Copa do Mundo, afirmando que assim como o governo é favorito nas eleições de outubro, a seleção brasileira é favorita na Copa, mas ambos têm que confirmar em campo.
Apesar da avaliação positiva em torno da reeleição, o presidente recomendou humildade a seus auxiliares. "Se a gente analisar, vai dizer: o Brasil vai ser campeão do mundo. Todo mundo sabe que Copa do Mundo não é assim, como todo mundo sabe que a disputa neste país também não é fácil. Nós temos que ter, daqui para a frente, pé no chão, muita humildade, mas muita coragem de brigar, porque nós temos muito ainda a apresentar ao povo brasileiro", disse o presidente. Lula lembrou aos novos ministros que eles têm oito meses de trabalho pela frente e que não precisam "inventar nenhuma coisa nova", apenas manter o trabalho iniciado pelos antecessores.
Pressa "O que nós precisamos, agora, é colocar mais lenha na caldeira para ela andar mais rápido e a gente concluir todos os projetos que nós temos em andamento. São muitos e muitos projetos, e nós temos que concluir todos eles, ou pelo menos levá-los a um estágio muito mais adiantado", pediu o presidente. Ao novo coordenador político do governo, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, Lula avisou que os contatos com o Congresso Nacional não são fáceis. "A convivência com o Congresso, por mais democrática que seja, é sempre muito difícil, porque são difíceis as relações políticas num mundo democrático, em qualquer país do mundo."
Lula elogiou Jaques Wagner, que deixou a coordenação política do governo, e afirmou que vai torcer para que o novo ministro de Relações Institucionais tenha desempenho igual ou superior. Além de Tarso Genro, tomaram posse Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Altemir Gregolin (Pesca), Orlando Silva (Esportes), Waldir Pires (Defesa), Jorge Hage (Controladoria Geral da União), José Agenor (Saúde), Pedro Brito (Integração Nacional) e Paulo Sérgio Passos (Transportes). A todos, Lula desejou boa sorte.
Em clima de campanha, Lula aproveitou o seu programa semanal de rádio Café com o presidente para faturar politicamente o aumento do salário mínimo, que passou de R$ 300 para R$ 350. Lula explicou que precisou editar medida provisória porque o Congresso não votou o projeto no prazo necessário.
"Como o aumento do salário é a partir do dia 1° de abril - para que o trabalhador quando receber, no começo de maio, já receba com aumento - eu não podia correr nenhum risco de ver chegar o final de abril e não ter sido votado o projeto de lei", disse. "Então, eu resolvi tomar uma atitude. Comuniquei ao presidente da Câmara que iria mandar uma medida provisória para garantir que o trabalhador brasileiro receba no começo de maio o aumento do salário mínimo", afirmou o presidente.
Reajuste O presidente lembrou que o aumento foi o maior dos últimos 10 anos. "Eles sabem que o aumento real de 13%, numa inflação de 4,5%, é um aumento considerado muito bom. Mas é importante lembrar que essa quantia vai conseguir injetar na economia brasileira aproximadamente R$ 15 bilhões. Isso vai dinamizar ainda mais o poder de compra dos trabalhadores", considerou.
Lula afirmou que o aumento do mínimo "contraria aqueles que diziam que é preciso crescer para distribuir, nós estamos provando que é possível distribuir para crescer. Nós invertemos: ao invés de ficar esperando crescer para distribuir, nós estamos distribuindo para crescer. Por isso aumentamos o mínimo". No programa, Lula fez questão de dizer que o mínimo de R$ 350 dá o maior poder de compra ao trabalhador em 20 anos. Ele não se esqueceu da classe média e citou a correção de 8% na tabela do imposto de renda. "Em 2006, fizemos correção de 8% e pretendemos continuar fazendo as correções que forem necessárias para que possamos fazer, com a política de imposto de renda, justiça social."