- 29 de outubro de 2024
Já emite os primeiros sinais de fumaça, anunciando a iminência do primeiro estágio de ebulição (a partir do próximo dia 17), o caldeirão apimentado que cozinha a chamada "desintrusão" da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. Cerca 300 famílias de não índios serão obrigadas a deixar a área.
No centro do furacão vai estar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra -, que em Roraima, como se sabe, é dirigido pelo primo do senador Augusto Botelho e irmão do deputado federal Rodolfo Pereira (ambos do PDT do estado), superintendente Juscelino Kubitscheck Pereira.
Não se sabe qual será agora o posicionamento dos dois ilustres parlamentares, cuja agremiação política pratica ferrenha oposição ao PT no plano federal, pois se encontram comprometidos com o governo do presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, por conta de tal nomeação.
No painel da Folha de S. Paulo (domingo, 02), publicou-se uma nota intitulada "Qualquer negócio", onde se imprimiu que "na tentativa de sair do sufoco na CPI dos Bingos, o governo ofereceu cargos no Incra ao pedetista Augusto Botelho. O voto do senador pode ser decisivo para manter Jorge Mattoso longe do banco dos depoentes".
A revista Veja desta semana também entrou na mesma linha, e falou a respeito do envolvimento do senador roraimense com o governo federal por conta da Superintendência do Incra.
De maneira que a situação fica confusa, devido ao fisiologismo praticado por facções políticas que se supunham oposicionistas, gerando perplexidade e desencanto. A homologação da Raposa/Serra do Sol atende a ditames do decadente império norte-americano, associado ao império britânico (Casa de Windsor).
Quem tiver dúvidas com relação ao fato, deve compulsar a publicação da Executive Intelligence Review: "Máfia Verde - o ambientalismo a serviço do governo mundial".
Os bem-intencionados, mas ingênuos, até irão defender posição aparentemente "magnânima" por parte do governo federal, na concessão de vastas áreas aos silvícolas. O problema é que sem assistência e sem qualquer plano, os indígenas serão vitimados pela fome e pelo abandono, como já acontece em outras regiões.
O que se pretende mesmo é o livre acesso a jazidas de minerais raros, a fim de alimentar interesse voraz dos países chamados de "primeiro mundo". No episódio, o que menos importa são os índios, assediados por "evangelizadores" e conhecedores de caminhos que, por suposição, os levarão (aos índios) diretamente ao paraíso.
Os EUA, dominando a cena mundial (que praticaram política de extermínio dos nativos norte-americanos durante o período de colonização), pretendem agora dar lição de moral sem nenhum embasamento, coonestando dirigentes indecisos e venais.
A história sempre se repete. A expansão do exército dos EUA, como força de domínio pela intimidação, segue o mesmo modelo do antigo Império Romano. Para alimentar sua burocracia e abastecer sua população, é preciso invadir, saquear e brutalizar.
Roma aumentava taxas e reduzia o conteúdo de prata e ouro na sua moeda (denário), enquanto limitava os direitos civis e impunha a violência como resposta a reivindicações. No Brasil, fecham-se os olhos à corrupção desenfreada, na proteção aos que praticam crimes de lesa-pátria, desde que se curvem a ditames alienígenas.
Estamos descendo a ladeira, sem que tenhamos jamais alcançado o cume.
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