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A LEI DO MAIS FORTE - Márcio Accioly

Foi quando o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) indagou: "-Quem é o autor da denúncia?" João Alberto, então, citou meu nome. Heráclito voltou à carga: "-Qual a atividade dele?" E ele respondeu: "-Advogado", parecendo sequer ter lido a respeito de minha identificação profissional de jornalista. "-Na denúncia que ele faz, ele apresenta provas documentais?" insistiu Heráclito. "Não apresenta provas documentais", respondeu o farsante. Ora, apresentei provas contundentes.


Quem ler as notas taquigráficas da reunião do último dia 21, acontecida no Conselho de Ética do Senado, poderá avaliar com precisão o nível de decadência moral a que chegou o Brasil. Presidida pelo senador João Alberto (PMDB-MA), pau-mandado do senador José Sarney (PMDB-AP), ela foi uma desmoralização inominável.

Não existe adjetivo capaz de qualificar a pequenez de João Alberto. Mentiu o tempo todo, acobertou atos criminosos e vilipendiou seu mandato. Sua excelência, confirmando noticiário que informava haver acordo tácito para a absolvição de todos os envolvidos, arquivou os principais processos e passou ao largo de todas as provas.

João Alberto desconsiderou três pedidos de cassação do mandato do senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) que encaminhei àquele Conselho. No fechamento de sua exposição inicial, o congressista maranhense (que foi governador de seu Estado e declarou ter conduzido uma gestão "90% honesta"), disse o seguinte:

"-Não há como inferir que o denunciado tenha efetivamente se utilizado de canal de televisão ou rádio, por ele dirigido ou gerido que afronte à ética e ao decoro parlamentar".

Foi quando o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) indagou: "-Quem é o autor da denúncia?" João Alberto, então, citou meu nome. Heráclito voltou à carga: "-Qual a atividade dele?" E ele respondeu: "-Advogado", parecendo sequer ter lido a respeito de minha identificação profissional de jornalista.

"-Na denúncia que ele faz, ele apresenta provas documentais?" insistiu Heráclito. "Não apresenta provas documentais", respondeu o farsante.

Ora, apresentei provas contundentes. Entrei, inclusive, com pedido de inquérito criminal no Supremo Tribunal Federal, pois no processo de transferência da TV Caburaí, o senador Jucá Filho falsificou documentos de forma clamorosa.

Trata-se de um documento eivado de irregularidades. Com tal comportamento que diminui a instituição, João Alberto não serviria nem mesmo para ser assessor de Fernandinho Beira-Mar, pois a ética dos chamados criminosos comuns têm muito mais solidez do que a postura desse presidente mentiroso do Conselho de Ética do Senado.

Pior ainda: em determinada parte de suas declarações, João Alberto afirma textualmente: "-O senhor Accioly vive no meu gabinete querendo saber como está o assunto, telefonando quase todo dia... E eu vou me submeter a isso? Não estou nem mais atendendo telefonemas".

Eu nunca na minha vida falei pessoalmente ou por telefone com o senador João Alberto. Somente uma vez estive no seu gabinete, quando mantive contato com sua secretária para saber se o pedido de cassação do senador Filho seria colocado em pauta. O senador João Alberto, neste caso, agiu como um verdadeiro pilantra!

O fato é que, apesar dos esforços do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), os processos foram todos arquivados e a impunidade dentro do Senado mais uma vez pontificou. Por isso que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) está tão revoltado com os acontecimentos. O Senado está sendo transformado numa casa de tolerância.

A população tem de tomar consciência e agir. Não é possível que se continue a votar nessas figuras espúrias, concedendo-lhes mandato interminável, utilizado quase sempre na prática de atos ilícitos. Fica quase impossível afastar, cassar um mandatário, pois a maioria de salafrários predomina. O corporativismo fala mais alto.

A cidadã ou cidadão que tentar fazer valer seus direitos é ameaçado e perseguido. Não existe suporte institucional. É preciso que se comece a limpar o país.

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