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FALTA TIRAR O PRESIDENTE - Márcio Accioly

É bem comum encontrar pessoas afirmando que "Palocci agiu mal no plano pessoal, apesar de a economia ir muito bem". Os meios de comunicação dizem isso todos os dias: "a economia vai bem". E as pessoas repisam a cantilena. Afinal, a economia está bem para quem? Para os que trabalham e pagam impostos que consomem cinco meses de salários anualmente? Certamente que não!


Uma das coisas mais preocupantes, no que se refere a opiniões ditadas por alas das classes médias (consideradas formadoras de opinião), diz respeito à repetição de mensagens produzidas nos meios de comunicação que dominam o dia-a-dia. Isso deve ser lembrado agora que Antônio Palocci foi defenestrado do Ministério (Fazenda).

É bem comum encontrar pessoas afirmando que "Palocci agiu mal no plano pessoal, apesar de a economia ir muito bem". Os meios de comunicação dizem isso todos os dias: "a economia vai bem". E as pessoas repisam a cantilena.

Afinal, a economia está bem para quem? Para os que trabalham e pagam impostos que consomem cinco meses de salários anualmente? Certamente que não!

A economia, seja quem for o ministro da Fazenda deste nosso desmoralizado país, é toda direcionada para o pagamento de dívida externa que já foi saldada dezenas de vezes. Quem dita as regras é o Banco Central (presidido por Henrique Meirelles), com taxas de juros que transformam a população, literalmente, em escrava!

Atualmente, o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) só encontra apoio nos extremos: entre os banqueiros, cujos lucros sobem desproporcionalmente a cada ano, e entre os miseráveis sustentados por planos de "assistência" que derramam bilhões de reais do dinheiro público, em esmolas improdutivas que compram consciências.

Outra coisa que impressiona é a falência das instituições, capazes de partir para o massacre de um cidadão simples e isolado na multidão, caso questione meios e fins, mas que surgem com perfeita blindagem na cobertura de rombos e desvios.

Palocci deveria ser preso. Mentiu e perseguiu o tempo todo. Sua última mentira foi para o presidente da República, ele próprio um mentiroso contumaz. O ex-ministro garantiu que "nada teve a ver com a quebra ilegal do sigilo bancário" do caseiro Francenildo dos Santos Costa, Nildo. E teve tudo.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, em depoimento que prestou ontem (26), à tarde, na Polícia Federal, declarou que "entregou pessoalmente" o extrato bancário do caseiro "nas mãos do ministro Palocci". Foi também demitido.

Mas Palocci não parou de mentir nem mesmo depois disso. Emitiu nota, que enviou para o senador Tião Viana (PT-AC), na qual diz que "pediu seu afastamento". E Tião Viana cumpriu sua parte no jogo sujo. Leu nos microfones do Senado a mentira, quando já se sabia que o agora ex-ministro foi posto para fora.

Sua situação tornara-se insustentável, como, de resto, insustentável tornou-se o governo petista, cercado de bandoleiros e incorrigíveis criminosos. Faltou a Tião Viana explicar porque alertava jornalistas (antes do depoimento do caseiro na CPI), anunciando que "uma bomba iria estourar" com relação a Nildo.

Tião Viana queria desqualificar o depoimento, pois já tinha conhecimento, àquela hora, que o sigilo do rapaz havia sido quebrado. Fez isso, acompanhado do também senador Sibá Machado (PT-AC), primeiro suplente de Marina Silva que está licenciada, à frente do Ministério do Meio Ambiente.

Na última sexta-feira (24), na cidade de Jacareí (SP), o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), acusado de movimentar milhões de dólares em contas no exterior (dinheiro desviado dos cofres da Prefeitura de São Paulo), foi atingido por um ovo e buscou refúgio para não ser agredido fisicamente. Ele se diz candidato a deputado federal.

Quando as instituições são fracas, e não encontram respostas para crises como as que nos assolam, a população fica sem rumo e busca argumentos convincentes nas suas ações e nos próprios métodos. Nossos dirigentes alimentam a convulsão social.

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