- 29 de outubro de 2024
Edersen Lima, Editor
Brasília - Por pressão do senador Romero Jucá, a rádio Roraima foi lacrada ontem e está proibida de funcionar por determinação do ministro Hélio Costa. Assim como no ano passado quando obteve da Justiça roraimense a censura à rádio Equatorial pelas críticas e denúncias que sofria, de novo Jucá usou de sua influência para combater as mesmas críticas e denúncias que até pouco eram veiculadas pela rádio Roraima.
Desse fato, pode-se tirar duas certezas absolutas, claras como a luz do sol: Romero controla direta e indiretamente mais de 60% dos veículos de comunicação de Roraima. E, desfruta por parte dos ministérios públicos Estadual e Federal, e das justiças Estadual e Federal do efeito dois pesos e duas medidas.
O MPE e o MPF têm lotes de processos contra políticos roraimenses por diversas acusações. De todos andam ou se arrastam. Os de Romero Jucá e de sua mulher Teresa, empacam. O mesmo acontece na esfera da Justiça. Rádios são lacradas e jornalistas processados com agilidade anormal quando a queixa parte do senador.
Já os processos que ele responde por calote em banco público, por desvio diversos de dinheiro público, por desvio de equipamentos e materiais de obras públicas para os seus negócios e imóveis; além dos rolos e condenação que a sua mulher Teresa também responde, estão empoeirados pelo tempo de inércia judicial.
Roraima, em pleno século 21, vive um novo coronelismo. Danem-se os serviços públicos, sérios, respeitados e necessários ao interesse social prestados pela rádio Roraima. Em nome do interesse político-eleitoral, milhares de ouvintes, gente do inte rior e da capital, serão privados de informações, de cultura e lazer. Acima disso, prevalece o interesse pessoal, único, exclusivo de uma só pessoa.
O que aconteceu à rádio Equatorial, à TV Imperial e agora à rádio Roraima que sirva bem de exemplo para outros veículos de comunicação não se atreverem a mexer com Romero Jucá. Que fique bem explicado que, todas as rádios, jornais e TVs de Roraima estão sofrendo investigações solicitadas por ele, que quer tudo "bunitinho", legalzinho e reguladinho nos meios de comunicação do estado, pois se não...
O mesmo, não vale para a TV Caburaí, um poço sem fundo de irregularidades, a começar pelo fato de pertencer a Romero Jucá que, de acordo com a Constituição brasileira, como senador da República não pode ser gerenciar. Isso dá cassação de mandato. Está lá escrito. Mas onde estão os homens da capa preta do ministério público e da Justiça pra se fazer cumprir a lei? É ou não é o efeito dois pesos e duas medidas?
Sem base política consistente. Sem alianças fortes para esta eleição. Mas enormemente forte junto às instituições, assim, Romero Jucá está pavimentando a sua campanha, com fechamento de rádios, com censura a radialistas, com processos judiciais contra quem não reza da sua cartilha, contra jornalistas, contra gente que pensa e que não se cala diante de tamanho comportamento "ético e honesto".
Inatingível, acima do bem e do mal, isso tudo nos leva a questionar se, como candidato Romero Jucá faz o que faz e nada sofre, imagine, amigo leitor, como será Roraima tendo-o como governador, com o poder que no estado tem o governador; com a mulher senadora, com o filho deputado federal e com a enteada deputada estadual?