- 01 de novembro de 2024
Nosso país é privilegiado, possui uma infinidade de atrativos naturais: praias belíssimas, florestas, rios, lagos, o Pantanal, a Amazônia. O Brasil possui uma diversidade natural que é apreciada por todos os povos. Somos abençoados, vivemos num país de beleza infinita, gigante e belo.
Mais que isso, nosso povo é alegre, acolhedor, simpático e educado. O brasileiro recebe bem os seus turistas, se esforça para se comunicar com estrangeiros. Gosta de agradar, de festejar a vida, de cantar, dançar. A cultura brasileira é rica, a culinária saborosa. Nossas frutas são convidativas. Possuímos grande variedade de alimentos, sabores que só existe na nossa pátria amada.
Todos esses atrativos: beleza natural, culinária, cultura, hospitalidade, deveriam ser suficientes para atrair milhões de turistas todos os anos à nossa terra, ao nosso país. Mas a realidade é outra. Embora rodeados de tantos atrativos, o que mais atrai o turista, na sua grande maioria homens, é a propaganda da mulher brasileira.
Infelizmente, é ela, a mulher, o principal atrativo turístico do país, não por sua cultura e hospitalidade, mas por ser considerada sensual, bela e fácil. As mulheres são presas fáceis ao comércio do sexo. A mistura da pobreza, dificuldade e beleza faz com que diversas mulheres, inclusive crianças e adolescentes, se entreguem aos caprichos sexuais de estrangeiros que vêm ao Brasil com finalidade única de "ficar" com as brasileiras.
A maioria se vende apenas pelo dinheiro. Divertem turistas, saem com eles, vendem o seu corpo em troca de dinheiro. Dinheiro esse indispensável ao seu sustento e de sua família. A maioria é pobre e não encontra outra alternativa senão a prostituição.
Outras, alegram os turistas apenas alimentando o sonho de encontrarem seu príncipe encantado, de se casarem e fugirem da miséria em que vivem.
Infelizmente essa é uma triste realidade em nosso país. E como sempre acontece, há sempre aqueles que se aproveitam da fragilidade de um povo para realizarem seus desejos pessoais, no caso da exploração do turismo sexual, seus desejos carnais.
Se procurarmos na internet encontraremos vários sites especializados apenas nesse tema, com fotos, dicas dos melhores lugares e praias para se encontrar uma acompanhante brasileira. Não só na internet, basta caminhar pelas praias do Rio de Janeiro, Fortaleza e Natal, para exemplificar, que lá encontrarão dezenas de estrangeiros acompanhados de belas brasileiras, normalmente garotas de programa. A cena é triste e comovente. Não há repreensão por parte da polícia. O turismo sexual é forte e está presente em todos os cantos do nosso país.
Turistas descrevem o Brasil, em suas páginas pessoais, em seus blogs, como o paraíso da prostituição. Em alguns sites de turismo há garotas catalogadas, o cliente pode escolher a companhia pela altura, cor, peso, idade. Tudo isso sem nenhuma restrição, podem optar até mesmo por menores de idade. Um absurso, Senhor Presidente. As mulheres do Brasil são tratadas como mercadorias por estrangeiros inescrupulosos.
Precisamos tentar mudar essa situação!
O pior é que essa prostituição já está enraizada, é quase cultural. Há intermediários, a família sabe, não há qualquer tipo de repreensão. Exploradores são conhecidos e vivem livres, ganhando cada vez mais às custas de mulheres fragilizadas pela vida que levam.
A grande maioria das mulheres prostituídas começou a se vender ainda adolescentes, com 12, 13 anos de idade. Venderam a sua virgindade e daí por diante não pararam de se prostituir. Algumas por necessidade, outras por desgosto e tristeza, não conseguiram mais sair dessa vida. Essas meninas não perderam apenas a virgindade, mas seus sonhos, infância e suas esperanças num futuro melhor.
Essas meninas, apesar das leis que nos regem, em muitos lugares, entram e saem de hotéis e motéis sem precisarem apresentar a identidade. É o comércio do sexo fechando os olhos para a exploração, desacatando leis, colaborando para a infelicidade de milhares de crianças, adolescentes e mulheres.
Campanhas anteriores do Ministério do Turismo usavam garotas seminuas nas suas propagandas. Essa política está mudando, o Ministério agora financia trabalhos contra o turismo sexual, mas o estrago está feito, será difícil mudar a imagem que ficou gravada em vários países sobre as mulheres do Brasil.
O Ministério, para vencer a exploração sexual, precisa da ajuda de todos. Donos e trabalhadores de hotéis, bares, restaurantes e boates. De todos nós, brasileiros, seja através de denúncias, campanhas, trabalhos voluntários, toda a ajuda contra esse tipo de exploração é bem-vinda. Precisamos mudar o conceito que diversos países têm sobre o Brasil: país de mulher fácil, país da prostituição, bordel de belas praias.
Foi acreditando no trabalho do Ministério do Turismo que concedi recursos de emenda individual para o Programa de "Combate ao Abuso e à Exploração de Crianças e Adolescentes" para o meu Estado, Roraima.
Precisamos olhar para nossas mulheres, crianças e adolescentes com mais atenção, protegê-las e preservá-las.
Tenho fé que a Campanha do Ministério do Turismo contra o turismo sexual colherá bons frutos. Já existem diversas ONG's e várias pessoas envolvidas nessa campanha. Exploradores precisam ser punidos para servir de exemplo a quem pretende vir ao Brasil em busca de aventuras.
Centros de assistência às mulheres vítimas do turismo sexual devem ser criados. É necessário também que essas mulheres, crianças e adolescentes tenham acesso à educação, que, acredito, evita a exploração pois conscientiza, oferece perspectivas de uma vida mais digna.
Lutemos contra essa cruel exploração! Vamos denunciar! Vamos cobrar que exploradores sejam punidos e que nossas crianças tenham direito à infância, nossas adolescentes à esperança e nossas mulheres sejam respeitadas e não vítimas da prostituição.