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Quando as coisas são invertidas - Márcio Accioly

Na aprovação do pedido de acareação entre Okamotto e Paulo de Tarso Venceslau, ex-tesoureiro do PT, Botelho votou erradamente a favor, porque na hora estava falando ao telefone. Não se deu conta do que acontecia. O engano fez com que o senador Tião Viana (PT-AC) se levantasse da cadeira (no plenário do Senado) para "dar uma bronca em Botelho, que se lamentou".


Está custando e ainda irá custar muito caro, ao senador Augusto Botelho (PDT-RR), sua recente conversão ao governismo federal petista, depois de contemplado com a nomeação de um apadrinhado para órgão federal. O senador parece alheio a tudo em volta e continua embalado e se deleitando com os prazeres dessa "conquista".

Como se sabe, o irmão do deputado federal Rodolfo Pereira (PDT), Juscelino Kubitscheck Pereira, foi nomeado para a Superintendência Regional do Incra em Roraima. Foi a maneira encontrada pela gestão Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, para conquistar mais um aliado na sua corrida em busca da reeleição.

Com a derrocada do senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR), que tem se exibido mais sujo do que poleiro de pato, o Palácio do Planalto está interessadíssimo em encontrar substituto que lhe mitigue as dores no extremo norte do país. Além disso, o PT acredita que quanto maior o número de palanques em cada estado, melhor.

O presidente da República, pessoa inculta, despreparada e cercada de corruptos, é, sem dúvida nenhuma, político hábil e extremamente inteligente.

Sabe que não deve se dar ao luxo de dispensar os votos de Roraima (apesar de ser este o menor colegiado eleitoral do país), numa disputa em que todo cuidado é pouco e a necessidade de ganhar (mesmo enganando), é muita.

Para isso, vem mirando com precisão exemplar na inexperiência política do senador roraimense.

Como Augusto Botelho é reputado sério e bem-intencionado, os alquimistas do Palácio do Planalto enxergam nele a possibilidade de arrebanhar de volta, ao redil de seguidores incondicionais, parte do eleitorado desgarrado no episódio da homologação criminosa da reserva indígena Raposa/Serra do Sol.

O congressista roraimense já conseguiu promover insatisfação nacional e regional nas hostes do PDT. Não é pouco, especialmente para quem se encontra no exercício do primeiro mandato. Some-se a isso falatório desfavorável, nas mais diversas camadas eleitorais, e a panela estará servida.

O senador terá de ficar de olhos abertos, pois os fatos começam a
descambar para a humilhação. Daí, até alcançar a desmoralização, são passos traiçoeiros e curtos. É ver matéria publicada na Folha de S. Paulo, quinta-feira (16), para se ter idéia.

Assinado por Adriano Ceolin (sucursal de Brasília), o texto informa que Botelho votou contra requerimento que pretendia convocar o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, para prestar novo depoimento à CPI dos Bingos. E traz informação que acende luz amarela de advertência.

Na aprovação do pedido de acareação entre Okamotto e Paulo de Tarso Venceslau, ex-tesoureiro do PT, Botelho votou erradamente a favor, porque na hora estava falando ao telefone. Não se deu conta do que acontecia.

O engano fez com que o senador Tião Viana (PT-AC) se levantasse da cadeira (no plenário do Senado) para "dar uma bronca em Botelho, que se lamentou".

Vejam só a situação em que agora se encontra o senador roraimense, segundo a matéria da Folha: correndo o risco de levar bronca de petistas, pois comprometido no patrocínio de simples nomeação em seu estado. Esses petistas são de fato abusados!

A acareação entre Okamotto e Paulo Venceslau, importantíssima para a elucidação de várias questões, teve o voto favorável do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que não aceita bronca de quem quer que seja. Já o senador Augusto Botelho precisa ter calma, parar e pensar. Os petistas estão convencidos de que compraram sua alma.

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