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Um reino por uma nomeação - Márcio Accioly

O senador Augusto Botelho ignorando argumentos envidados por significativa parcela de sua legenda (que pretende apoiar o senador Cristóvam Buarque, PDT-DF, à disputa presidencial), declarou sua preferência pelo presidente Dom Luiz Inácio, nosso amável beberrão. De uma só garrafada colocou o pedetismo a reboque de grupo que nada na lama fétida da corrupção generalizada


Enquanto se tenta solucionar a questão da verticalização, dentro da parafernália na qual se mostra enredada a atividade política nacional, eis que, em Roraima, o carro dá um pulo adiante dos bois e a discussão da candidatura presidencial, no PDT, parece não permitir espaço. É como se estivesse tudo pronto e acabado.

O senador Augusto Botelho (PDT-RR), ignorando argumentos envidados por significativa parcela de sua legenda (que pretende apoiar o senador Cristóvam Buarque, PDT-DF, à disputa presidencial), declarou sua preferência pelo presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão.

De uma só garrafada (ou uma só palavra), colocou o pedetismo a reboque de grupo que nada na lama fétida da corrupção generalizada, desde a posse presidencial. A posição de sua excelência deve ter feito Leonel Brizola revirar no túmulo.

É claro que só o fato de se imaginar Cristóvam Buarque como candidato à Presidência pelo PDT é motivo de galhofa e desmoralização. O ex-governador do Distrito Federal (que anda muito assemelhado fisicamente com o Larry dos Três Patetas), não é flor que se cheire nem peça em que se confie.

Além de mentiroso contumaz (por afirmar ter títulos de doutorado que não possui), Cristóvam, em 1998, ainda no PT, fez proposta que ninguém entendeu. Só se conseguiu compreender mais tarde, por conta de atitudes subseqüentes.

Como todos acreditavam na possibilidade de vitória do candidato do PT, sua excelência propôs que a equipe econômica de FHC, a mesma que entregou as estatais e mergulhou o país no desemprego, deveria continuar "para não haver quebra no ritmo da atividade desenvolvimentista brasileira". É muita picaretagem!

Ritmo que só ele enxergava, viajando o mundo com a família e mantendo longos contatos com o especulador internacional George Soros, cujo livro prefaciou. Durma-se com um barulho desses: manter Pedro Malan, Armínio Fraga e caterva, porque "a economia brasileira" estava indo muito bem, ora só!

O mais chocante, depois de curtíssimo período, foi constatar que a equipe do nosso amável beberrão trocou seis por meia dúzia. Se algo mudou, foi para pior.

Trouxe para a presidência do Banco Central o ex-presidente do BankBoston, Henrique Meirelles (que vivia dando festas megalomaníacas em Washington, vestido num baby-doll vermelho), juntou com o ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antônio Palocci, corrupto pago por mensalão da Leão Leão, e o restante deu no que deu.

Ao declarar sua preferência por Dom Luiz Inácio, o ilustre senador Botelho se posicionou na contramão da história. Como ainda dispõe de quatro anos de mandato pela frente, talvez ainda possa se recuperar. Não custa esperar.

Na gestão Dom Luiz Inácio, com a homologação da reserva Raposa/Serra do Sol, Roraima vai deixar de ser pólo produtor de arroz e a região de fronteira corre o risco de se transformar numa área de intermináveis conflitos.

É preciso ver se a indicação do pedetista Juscelino Kubitscheck Pereira, para a Superintendência Regional do Incra no Estado, compensa a miséria que a União quer impor. Mesmo sabendo que o novo superintendente é irmão do deputado federal Rodolfo Pereira, também do PDT, razão talvez para tanto empenho e tolerância.

O prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartieiro (produtor de arroz na área que se pretende surrupiar), deve estar arrependido de não ter trocado de legenda no prazo previsto. O senador Augusto Botelho, para utilizar terminologia preferida do presidente da República, até aqui só tem marcado gol contra.

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