- 01 de novembro de 2024
15 de abril! Esta é a data programada para a retirada "definitiva" de todos os não índios da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, depois que o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão, assinou a homologação. Segundo autoridades mais confiáveis, a data passou a ser provisória.
Como se sabe, o provisório no Brasil costuma durar pelo menos 15 anos. E neste caso específico de "desintrusão" da Raposa/Serra do Sol (o neologismo fica por conta da administração petista), a data de retirada é bem sugestiva.
Um dos maiores exemplos de transitoriedade tupiniquim foi o "governo provisório" do presidente Getúlio Vargas. Ao tomar posse no dia 03 de novembro de 1930 (na condição de chefe do movimento revolucionário que varreu o país), só saiu no dia 29 de outubro de 1945 (14 anos e 26 dias depois), deposto.
Pode-se argumentar, em sua defesa, que apesar das atitudes despóticas, é o único a merecer classificação de inovador e proficiente, pois retirou o Brasil de sua condição agrária, elevando-o à categoria de país industrializado. De resto, quem não aproveitaria a oportunidade para se perpetuar? Vejam o exemplo de Dom Luiz Inácio...
FHC (1995-2003), o mais corrupto presidente de nossa história republicana, comprou a emenda da reeleição e deixou o malfeito aí até o momento, multiplicando resultados perniciosos e ninguém toma qualquer providência. A maioria acredita que tal medida se encaixa com perfeição nos interesses pessoais.
O CIR - Conselho Indígena de Roraima -, quer porque quer a desocupação imediata da área da reserva e ninguém consegue apontar com clareza os motivos de tal posicionamento. O que está clara é a manipulação exercida através de propaganda falsa e dos meios de comunicação engajados na mistificação e no engodo.
Quem se der ao trabalho de verificar a edição do dia 26 de agosto de 1999, do jornal Folha de Boa Vista, verá que naquele dia publicou-se depoimento do ex-oficial da Força Aérea Brasileira - FAB -, Arnaulf Bantel, "prestado junto à Procuradoria Geral do Estado de Roraima", fato mais do que esclarecedor.
Ele apontou a manipulação criminosa na criação da reserva indígena wai-wai (localizada no Sudeste de Roraima), cuja área inicial, "estipulada pelos antropólogos da Funai", foi de 330 mil hectares. Como ninguém reclamou, não se efetuou mobilização maciça contra, ela foi aumentada para 450 mil hectares.
E que argumentavam os antropólogos da Funai, a maioria a serviço de interesses alienígenas? Que os índios em questão habitavam a região "desde tempos imemoriais". Arnaulf Bantel diz que tudo não passa de vergonhosa armação.
Os wai-wai, na realidade, foram trazidos da então Guiana Inglesa, na década de 60 (1963), "em uma ação humanitária do governo brasileiro, para evitar o massacre desta etnia por parte dos índios tiriós que habitavam o Sul do Suriname". Bantel acrescentou que os índios eram assistidos por missões evangélicas dos EUA.
A coordenação do Instituto Summer de Lingüística, sediada nos EUA, procurou inclusive as autoridades brasileiras "para propor que se tentasse abrigar os missionários estadunidenses em Roraima". Todos preocupados em salvar a alma dos silvícolas.
Agora, na base da intimidação e do abuso de poder, o governo federal quer acabar com a produção de arroz na área que demarcou de forma absurda, justamente quando o estado se tornou pólo exportador do produto.
E o presidente Dom Luiz Inácio, às voltas com problemas de bebida, corrupção governamental e todo tipo de patifaria, certamente nada sabe, nada viu, nem ouviu.
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