- 01 de novembro de 2024
O deputado federal Almir Sá (PL/RR) voltou a criticar, ontem, a política agrária do governo Lula, principalmente por causa do aumento das invasões de propriedades rurais. Em pronunciamento no plenário, o parlamentar reproduziu dados da Ouvidoria Agrária Nacional, órgão do próprio governo, que dão conta do aumento de 55% nas invasões na atual administração.
"Não bastassem as invasões de propriedades, a maioria delas, sim, produtivas, o que já é uma violência física e moral, temos ainda os assassinatos", disse ele, citando que nos últimos três anos as mortes violentas no campo aumentaram 63%, se comparadas ao mesmo período do governo anterior. "No governo Lula, duas pessoas são assassinadas a cada mês em conflitos no campo".
"É preciso reconhecer que alguma coisa está errada na condução da política agrária, na medida em que este governo já testemunhou 770 invasões a imóveis rurais, enquanto nos três últimos anos da era FHC foram 497", afirmou o deputado, ressaltando que não estão incluídos os dados deste ano, já apelidado pelo MST de 2006 Vermelho.
"O movimento promete estender as invasões aos 23 estados em que atua. Quantas mortes ainda teremos que testemunhar? Quanta violência ainda será necessária até que o governo passe a tratar a ocupação de propriedades privadas como o que realmente são: crimes contra o patrimônio?", indaga.
O deputado também chamou a atenção para o fato de o governo priorizar a reforma agrária na Amazônia enquanto a maioria dos conflitos pela terra ocorre no Nordeste e no Sudeste. "É um absurdo, sem considerarmos o fato de milhares de produtores serem assentados de forma precária em vicinais no meio da floresta onde, sem apoio e sem a orientação necessária, se metem a derrubar a floresta. E aí vem outro recorde do governo Lula que é o aumento do desmatamento na Amazônia".