- 01 de novembro de 2024
Às vezes ao analisar os caminhos que o nosso Roraima vem percorrendo, fico encabulado e revoltado, aí pergunto; onde foi que nós erramos tanto para merecermos tanta porcaria de maus políticos numa terra que tem tudo pra dar certo?
Por certo se Dorval Magalhães estivesse conosco diria que minha dose de pessimismo é exagerada, mas perdoe-me o poeta, não posso positivar minhas opiniões diante de tal quadro político-social que se desenha nesta terra de oportunidades.
Vejo um horizonte sombrio e cinzento onde o céu azul parece não ter vez para vislumbrar o dia ou o sol, tenha vergonha de emprestar sua luz para iluminar este cenário podre e repetitivo.
Não sou dono da verdade, quem dera, mas raciocine comigo. Não somos donos da terra que pisamos, não temos voz ativa em Brasília, vivemos à mercê das migalhas e verbas de negociatas do orçamento e da receita do contra-cheque, instituições de terceiro e quarto grau da hierarquia federal, têm mais poder de decisão do que os poderes estaduais constituídos, quem produz por aqui e chamado de posseiro e assassino de índio, as ongs (algumas) mandam e desmandam, demarca-se e homologa-se áreas de terras e reservas com interesses vis e por ai vai...
Os fatos repetem-se com as mesmas figuras carimbadas (tarimbadas) de uma história política que a quatro décadas assistimos. As coisas não mudam. Os problemas são os mesmos de 40 anos. Os atores quando não são os mesmos são discípulos e o palco... pois é; o palco é a nossa casa.
De um lado alguém que veio de pára-quedas para esconder-se de falcatruas. Armou barraca por aqui e não larga a teta. Do outro, outro pára-quedista que ainda guarda os coturnos da caserna e para si, a ordem derradeira, o status de mando.
Na margem, grande parte do povo que não opina e é levado pela escravidão cívica do voto de cabresto a escolher na pocilga política entre os porcos mais famintos pelo poder, um, que vá degustar seus sonhos acalantado com a lama de mentiras e promessas com choro incondicional de justiça social que desfralda como bandeira num mastro sem-vergonha.
No fundo desta arena indigesta do espetáculo de atores viciados no poder, aparece os que não concordam com os duelistas e sujeitam-se a aceitar o rótulo de terceira via. Algo parecido com o terceiro mundo ou submundo político que também não mudam o discurso.
Acomodam-se com migalhas e se vestem de salvadores; quase profetas a tentar mudar o curso das águas turbulentas e poluídas do que é hoje a política em Roraima. Posam de guardiãs da ética, moral e decência e se lambuzam ao aceitarem a etiqueta de sempre serem a terceira via.
Não sei mesmo onde erramos, pois continuamos sem lideres, sem perspectiva, sem horizontes e muitos, quase a maioria sem ter para onde correr e, com fome, sujeitam-se a vender o voto por favores, por obras de tapa-buracos, quiosques, botequins, outdoors lindos, discurso poético com lagrimas cheio de metáforas e dá-lhe vales. Promessas compridas e nunca cumpridas, estatísticas maculadas que levam a uma pseudo-crênça que o belo e verdadeiro está sendo feito e o melhor está por vir. Até quando?
Perdoem-me os bem intencionados e de boa conduta, pois temos tudo pra dar certo não é? Precisamos então tomar vergonha na cara quando escolhermos quem vai nos comandar, Não vamos entrar nessa de novo. Reflitamos, pois não podemos colocar no poder, alguém que aí está , que sempre esteve e nunca, mas nunca mesmo, fez nada para que o nosso estado saísse da lama.
Pelo menos neste espaço posso indagar e desabafar. Acredito que o sol queira sim emprestar sua luz e que posso um dia ser positivista como Dorval Magalhães, mas precisamos descortinar nossos olhos e apalparmos com a razão nossos horizontes quase perdidos. Creio, não estou sozinho neste pensamento e espero que todos façam esta reflexão; onde foi que nós erramos e deixamos tantos políticos infames tomarem conta do nosso Roraima? Bom Dia!
*Jornalsita Mtb nº 109/RR E-mail: [email protected]