- 01 de novembro de 2024
Brasília - O senador Romero Jucá não é a flor que todos pensam ser, mesmo ela não tendo os espinhos para ferir alguém. Nos momentos mais difíceis de sua vida política, recheada de acusações de corrupção, tráfico de influência e peculato no seu mais alto grau, Jucá tem usado da perfídia e da mentira para tentar se desvencilhar dos imbróglios a que tem se metido em mais de vinte anos de travessuras e traquinagens.
Agora, diante do noticiário da grande imprensa - mais especificamente do jornal Correio Braziliense - de que foi um dos beneficiários do mensalão, segundo confessou o seu próprio motorista, Roberto Jéferson Marques, o Xuxa, tenta mentir novamente. Primeiro acusa o governo de Roraima de estar por trás das denúncias; segundo, que Xuxa teria feito a gravação sob a condição de receber R$ 350 mil para confessar a participação de Jucá no esquema de compra de votos no Congresso Nacional.
Não satisfeito de acusar ao tentar se defender, Jucá peca pelo erro de memória. Diz ele aos senadores que o interpelam, que não sabia que o seu motorista tinha o nome de Roberto Jéferson Marques. "Eu só o conhecia pelo apelido de Xuxa", tenta convencer Romero Jucá. Que desfaçatez comete esse representante do Estado de Roraima no Senado Federal!
Ora, um motorista seu que leva e trás uma amiga, de Belo Horizonte para Brasília e vice-versa, é uma pessoa da mais alta confiança do senador. Diligente com as pessoas que o cercam se o servem - ele sabe dessas pessoas toda a vida pregressa delas -, Jucá sabia sim do nome completo de Xuxa. Até porque quando o escândalo do mensalão veio à tona e o nome de Roberto Marques foi identificado pela CPI dos Correios, Xuxa procurou Jucá para saber o que seria feito de sua vida. Xuxa foi aconselhado a ficar tranqüilo que nada de ruim poderia acontecer-lhe.
Xuxa agora é um andante sem rumo, sem destino. Como ocorreu logo após surgir o nome de Roberto Marques no noticiário da CPI, como um suposto assessor e amigo do então deputado e ex-ministro José Dirceu: Xuxa foi mandado por Jucá para Belém onde se homiziou por semanas até que o assunto do mensalão foi esquecido. Retornando a Boa Vista, Xuxa procurou Jucá que o renegou, o abandonou à própria sorte. E que sorte!
A história é a seguinte: pressionando por um mandado de prisão por não pagar pensão alimentícia e ameaçado de despejo por dever quatro ou cinco meses de aluguel, Xuxa procurou alguém que pudesse ajudá-lo. E foi procurar certamente os adversários de Jucá. A verdade é essa, seu Jucá; não além disso, viu? Antes, o senador podia mentir à vontade a seus pares pare escapar de um processo por decoro parlamentar, mas agora não. A grande imprensa, agora, está atenta a seus passos, à sua verborréia desmemorizada, às suas mentiras costumeiras.
O que não se pode abandonar nesta hora, é deixar o senador tomar conta absoluta da integridade física de Xuxa. O motorista viajou. A segurança pessoal de Xuxa é fundamental, para que ele não tenha o destino de outros que morreram e suas mortes serviram de mote de campanha de Jucá contra os seus adversários.
Romero Jucá está acuado. No Senado Federal sua imagem é de um grande mentiroso que tenta passar a idéia de que está sendo vítima de uma trama política urdida pelo governo de Roraima contra a sua pré-candidatura ao governo estadual. Ora, senador, leia e releia o editorial publicado ontem pelo Correio Braziliense e veja que o seu estado emocional não recomenda outra posição sua senão a de uma pessoa que deve refletir sobre sua vida e seus atos e não, ao se defender, sair atacando e mentindo para tentar confundir a opinião pública.
No estado emocional em que se encontra, Romero Jucá é capaz de tudo para salvar a sua pele, o seu mandato. Mandato que lhe foi outorgado pelo povo de Roraima mas que tem sido penoso ver que esse povo votou errado, não soube escolher o seu representante na Câmara Alta do País. Urge, portanto, que Xuxa continue vivo! Vivinho da silva!