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A estupidez sempre insiste - Edersen Lima

Semana passada a coluna Opinião Formada publicou nota informando que o professor Zequinha Neto, da UFRR, deixou alguns alunos do curso de Comunicação Social esperando-o à toa enquanto ele tomava umas e outras no bar do Dedinho em ótima companhia. Bastou isso para uma aluna, mais do que dedicada, tomar as dores.


Brasília - Não tão conhecido como Platão e Sócrates, o filósofo grego Aristarco sentenciou certa vez: "Só existem governos tiranos porque existem os bajuladores". Guardadas devidas proporções de grau e tempo, nada mais sem-vergonha do que o puxa-saquismo cotidiano no trabalho, nos meios sociais e nas salas de aula.

Semana passada a coluna Opinião Formada publicou nota informando que o professor Zequinha Neto, da UFRR, deixou alguns alunos do curso de Comunicação Social esperando-o à toa enquanto ele tomava umas e outras no bar do Dedinho em ótima companhia. Bastou isso para uma aluna, mais do que dedicada, tomar as dores. E olha que Zequinha, escaldado, ficou na sua.

Num e-mail triste na forma, pobre de argumentos e sofrível de teor, a aluna Cora Gonzalo(???), afirma que "todas as aulas que o professor deixa de dar são liberadas em comum acordo com os alunos". Então, é corriqueira a suspensão de aulas. Vê-se que tanto professor como alunos não interagem muito em sala de aula. E se é corriqueira suspensão de aulas, corriqueira também é o Dedinho.

Gonzalo, ainda , afirma: "Sobre a aula de terça-feira, foi uma colega da turma que pediu para ele não ministrar naquele dia, porque nós não tínhamos(sic) conseguido fazer o trabalho da semana, e se tivesse aula, ia só acumular atividades, que não conseguiríamos(sic) cumprir por causa do carnaval". É de assustar. Basta o pedido "professor suspenda a aula" e pronto, está suspensa. O que se ver claro é que essa turma de Comunicação é muito relapsa, pois ora Zequinha dá tempo para realizarem trabalhos, ora os alunos (todos?) não conseguem cumprir suas obrigações. Pior: Para não acumular trabalhos e atrapalhar a folia de carnaval... Ninguém quer fazer tarefa do curso durante o carnaval.

Gonzalo, insiste: "Todos concordamos e não teve nenhum problema, agora aqueles que reclama(sic) das aulas não dadas, é porque se(sic) quer(sic) comparecem quando devem ir realmente à universidade, e o que ele fez naquele dia não é do interesse de ninguém". Como todos concordaram se três alunos reclamaram a este Fontebrasil o fato de não haver aula e o professor se encontrar num bar tomando umas geladas?

Não sei o grau de instrução de Cora Gonzalo, mas creio que ela nunca ouviu que, tirando a profissão de mestre cervejeiro que atua em cervejarias e demais provadores de bebidas, é nada recomendável ingerir bebida alcoólica em horário de trabalho. Zequinha poderia junto com tão dedicados alunos, passar a hora da aula gazetada tirando dúvidas, promovendo debates, analisando quadros e outras coisas mais positivas e construtivas do que, simplesmente, suspender a aula e ir para o boteco.

Baseado no que Gonzalo afirmou, é lamentável ver a falta de iniciativa desses alunos que atrasam seus trabalhos universitários, que pedem para suspender aulas e que fogem de responsabilidades porque é carnaval. Mais lamentável é assistir o "não é comigo" da UFRR ter um professor assim... tão afável e sensível aos pleitos de seus alunos. Stanislaw Ponte Preta disse certa vez: "Ser imbecil é mais fácil". É verdade.

Não satisfeita, Cora Gonzalo, desfecha e ameaça: "Quero ver se este e-mail vai ser publicado, pois acho que só colocam o que lhes interessa. Tomem em conta, pois haverá mais alguns...."

Como disse Albert Camus: "A estupidez sempre insiste".

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