- 01 de novembro de 2024
Brasília - Uma batata quente está nas mãos do presidente do Senado, Renan Calheiros, da Corregedoria, e do Conselho de Ética. O líder do PTB, senador Mozarildo Cavalcanti, protocolou ofício rebatendo pontos doa denúncia do senador Romero Jucá feita em plenário no dia 21 de fevereiro de 2006.
Jucá responsabilizou o governador Ottomar Pinto, inclusive chamando-o de "bandido", pela invasão do que ele diz ser seu escritório e da sua residência em Boa Vista. A matéria foi transmitida pela TV Senado, Rádio Senado, Agência Senado, Jornal Senado e outros veículos de comunicação, principalmente nos que direta ou indiretamente estão sob o comando de Jucá e de seus familiares.
No documento Mozarildo considerou oportuna a providência que a Presidência do Senado adotou , por meio do senador Romeu Tuma, que presidia a sessão no momento do pronunciamento de Jucá. Também chamou a atenção a interveniência do Senador Tião Viana que, ao pedir a palavra pela ordem, falou: "... estou no exercício da Presidência do Senado, devidamente delegado pelo Senador Renan Calheiros... solicito à Corregedoria imediata providência no sentido de apurar exemplarmente o fato e assegurar a devida proteção à autoridade, ao Senador da República, porque o Senado é atingido com o ato de invasão à propriedade e à vida pessoal de um Senador."
Entretanto, Mozarildo lamenta, que mesmo zelo e providências para com a imagem do Senado não tenham sido tomadas quando durante vários meses o Senador Jucá exercia o cargo de Ministro da Previdência Social, período em que a grande imprensa nacional (televisão, rádios, jornais e revistas) publicou um rol de denúncias contra o mesmo senador, inclusive a própria Comissão de Ética do Serviço Público da Presidência da República, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal não aceitaram as explicações do Senador, tendo ele saído do Ministério denunciado pela Procuradoria Geral da República ao STF, que acolheu a denuncia e mandou a Polícia Federal proceder às diligências. Mozarildo informa ainda que Jucá responde a outro processo referente a supostas irregularidades cometidas com verbas federais no município roraimense de Cantá e que existem várias denúncias contra o Senador Romero, além de uma anterior já arquivada no Conselho de Ética do Senado. Mas, para Mozarildo, parece que nada atingiu o Senado.
Um calhamaço de documentos oficiais contendo as principais acusações e processos judiciais que Jucá responde foram anexados, entre eles, o depoimento do engenheiro Roberto Cláudio Oliveira prestado ao Ministério Público Federal no dia 31 de janeiro passado, que informou que materiais, tijolos e centrais de ar condicionado comprados com verbas federais para o Terminal de Ônibus do Caimbé foram desviados para a produtora/escritório supostamente invadida.
Mozarildo esclarece que os episódios denunciados por Jucá tiveram sua origem em depoimento prestado Cláudio Roberto Oliveira ao MPF. "Esses fatos tendo chegado à imprensa local, a mesma buscou investigar, como é do seu dever, para esclarecer a verdade, que é o objetivo maior da Justiça e da Ética".
Mozarildo informa ainda que o Governo do Estado de Roraima, por meio de sua Coordenadoria de Comunicação, encaminhou ofício esclarecendo os fatos, ao que toca a honra e a integridade do governador Ottomar Pinto, que deve mover ação contra Romero Jucá. O Senador Mozarildo lamentou que Romero Jucá, ao invés de ter esclarecido todas as denúncias que lhe pesam, tenha desferido acusações contra honra de homem público como Ottomar Pinto.
Abaixo o ofício de Mozarildo ao presidente do Senado, Renan Calheiros.