A equipe da Universidade Federal de Roraima (UFRR) que participou do Projeto Rondon 2006 em Rorainópolis, localizado no sul do estado, voltou com muita história para contar.
Dois professores e sete alunos conheceram a realidade de um município carente de recursos próprios, já que está numa área federal e assim não pode cobrar e utilizar o IPTU em favor de políticas públicas, e de uma população sedenta de educação e de projetos de autosustentabilidade.
Quando chegou em Rorainópolis, a equipe da UFRR percebeu as necessidades mais urgentes para assim orientar a comunidade local para superar os próprios problemas. "A maior parte dos igarapés de Rorainópolis já está afetada pela poluição, por isso nossa orientação foi para que os moradores não tomassem banho ou comessem peixes das áreas poluídas", afirma a Professora Núbia Abrantes, orientadora dos alunos participantes.
Um grande problema encontrado pelos rondonistas foi a falta de saúde pública. São oito médicos para 30.000 habitantes e dois hospitais que não funcionam.
Outros prédios como Matadouro Público, Fábrica de Farinha, Fábrica de Doces e Projeto de Psicultura também estavam ociosos até as equipes da Universidade Federal de Roraima e da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP) orientarem os moradores a fazer a higiene dos locais e a desenvolver projetos de auto- sustentabilidade. Durante os dias do Projeto Rondon, uma professora da USP ajudou a reativar a Fábrica de Doces e muitas frutas foram colhidas para a produção deles.
Um Seminário de Ciências e Educação foi solicitado como atividade complementar dos alunos do Instituto Superior de Educação de Rorainópolis e contou com palestras de representantes do Ministério da Defesa, de professores e alunos das duas Universidades sobre temas como Desenvolvimento Sustentável, Educação Ambiental e Direito.
"Esse tipo de participação da Universidade em comunidades faz com que o conhecimento jurídico seja socializado e utilizado pelas pessoas em favor de seus próprios direitos", destaca a aluna Maria Rosiney do Curso de Direito da UFRR.
O aluno João Batista do Curso de Antropologia sentiu-se motivado a participar de eventos como o Projeto Rondon. "Já tinha participado da Caravana Científico-cultural promovida pela UFRR no município de Bonfim e percebo que a presença dos alunos nestas atividades deveria contar como carga horária obrigatória dos cursos", defende ele como quem já deixa recado para os futuros rondonistas. É de professores e estudantes motivados a participar do Projeto Rondon que as Universidades Brasileiras precisam para ajudar a construir um país melhor.