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E-MAIL ABERTO - Marcelo Ribeiro

Na verdade, é que, se criaram um fato dessa natureza, é porque há algo para ocultar, para esconder, para camuflar. Caso contrário, eles não teriam nenhum problema em nos convidar para entrar e fazer as imagens que precisássemos. Mas como é mais fácil continuar escondendo e se furtando de atos transparentes, preferiram nos agredir e quebrar nossa fita com imagens.


De: [email protected]
Para: [email protected]
Data: 22/02/2006 11:41
Assunto: Fale Conosco

Caro Edersen,
Como você já está sabendo, aconteceu um problema com a equipe de reportagem do BV Notícias na tarde de ontem, 21, nas proximidades da produtora do senador Romero Jucá. A equipe se dirigiu para o local, depois de ter recebido denúncia dando conta de que os equipamentos desviados do terminal de ônibus do Caimbé estavam na produtora, e fomos verificar. Chegando lá, fizemos umas imagens do transformador e em seguida notamos que algumas pessoas estavam conversando dentro no quintal da produtora.

Naquele momento, pedi permissão para a proprietária de uma casa ao lado, para que pudesse subir no muro para fazer outras imagens. O cinegrafista, Pedro Paulo, subiu e em seguida, antes que tivesse feito o seu trabalho, os seguranças, acompanhados de dois advogados, nos abordaram, nos agredindo e tomando o equipamento que usávamos.

Em seguida nos levaram para o interior da produtora, onde destruíram uma das fitas. Entre ameaças e agressões, eles movimentaram toda a tropa de choque do senador, e em poucos minutos todas os veículos de comunicação ligados a ele já estavam fazendo a cobertura do episódio. Na produtora estavam pessoas ligadas à TV Caburai, como sua diretora de jornalismo, Wanderléia de tal, Edna Marinho, diretora de Programação da Rádio Equatorial, Waldenir Bentes, locutor do jornal da Equatorial, Odenir Sampaio, também ligado à rádio do senador, funcionários da Prefeitura, caracterizados com crachás e camisetas (fardas).

Mas o que mais chama a atenção é o comportamento do presidente do Sindicato dos Jornalistas de Roraima, Humberto Silva. Ele, ao invés de defender os interesses da classe trabalhadora, está, claramente, defendendo os interesses dos patrões, no caso, Romero e Teresa Jucá.

Ele chegou ao local, não como presidente de uma classe de profissionais, mas como assessor de comunicação do senador e da prefeitura. Essa camuflarem de caráter e de atuação é prejudicial aos jornalistas do Estado. Afinal, o presidente só atua como tal, quando é para arrecadar fundos que ninguém sabe para onde vão. Esperamos, eu, Pedro Paulo e demais jornalistas de Roraima, acredito, que o presidente se manifeste e explique os motivos que o levaram a atuar contra um profissional da classe que ele representa legalmente. Se ele não pode ser, de fato, presidente do Sindicato que renuncie. É mais honesto assim.

De volta ao caso. Então fomos encaminhados para o Distrito Policial onde foi registrada uma ocorrência contra nós e ao mesmo tempo uma contra os agressores. Na verdade, estávamos apenas fazendo o nosso trabalho. Para termos um bom material, temos que investigar, temos que ser curiosos, temos que ter embasamento, temos que ter provas quando o caso é uma denúncia.

Na verdade, é que, se criaram um fato dessa natureza, é porque há algo para ocultar, para esconder, para camuflar. Caso contrário, eles não teriam nenhum problema em nos convidar para entrar e fazer as imagens que precisássemos. Mas como é mais fácil continuar escondendo e se furtando de atos transparentes, preferiram nos agredir e quebrar nossa fita com imagens.

De qualquer forma é lamentável que atos como esse aconteçam num Estado que se diz democrático. A imprensa é livre e tem, sim, o direito de buscar suas informações e de investigar. Em nenhum momento invadimos o escritório do senador e temos como provar isso. Vamos à Justiça e temos certeza que ela será feita na sua plenitude. Obrigado! Abraço! 

Marcelo Ribeiro

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