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Mestrinho defende Suframa contra outra zona franca

O senador Gilberto Mestrinho defendeu hoje a manutenção dos benefícios fiscais concedidos à Zona Franca de Manaus, contra a criação de mais uma zona franca no País, agora a de São Luís, no Maranhão, cujo projeto está tramitando na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.


Brasília - O senador Gilberto Mestrinho defendeu hoje a manutenção dos benefícios fiscais concedidos à Zona Franca de Manaus, contra a criação de mais uma zona franca no País, agora a de São Luís, no Maranhão, cujo projeto está tramitando na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Virtualmente contrário ao projeto de autoria do senador Edson Lobão, do PFL do Maranhão, Mestrinho fez um histórico sobre a criação da Suframa no governo da Revolução, e negou que Manaus seja "a filha da Revolução como muitos apregoam por ter sido transformada numa zona franca" durante o regime militar.

Mestrinho lembrou que a economia do Amazonas - e particularmente de toda a Amazônia Ocidental - no início dos anos 60 enfrentava graves conseqüências em decorrência do fim do ciclo da borracha, logo após o término da II Guerra mundial quando esse látex foi o condutor da riqueza experimentada pela região durante o conflito. "O café e a borracha eram os motores da economia brasileira naquela época, mas depois com o fim da borracha, que passou a ser explorada por países da Ásia, o Amazonas sofreu uma derrocada na sua economia, sem qualquer perspectiva, apesar do surgimento da juta, que por algum tempo moveu a economia regional", contou Mestrinho.

No entanto, na visão do senador Gilberto Mestrinho, a juta foi um produto que não suportou o surgimento dos produtos sintéticos que vieram a substituí-la, piorando ainda mais a economia do Amazonas. "De uma hora para outra, o Amazonas não tinha o que produzir, sua economia estava estagnada, e era preciso que fosse criada uma alternativa econômica para a região", observou. Segundo Mestrinho, foi a determinação de homem público do então presidente Castelo Branco que encontrou essa alternativa, com a edição do decreto-lei 28, de 28 de fevereiro de l967, criando a Zona Franca de Manaus, inicialmente com benefícios fiscais apenas para a área circunscrita à capital do Amazonas.

Mestrinho contou que, durante o seu primeiro governo entre 59 e 63 conversava muito com Castelo Branco quando este comandava o Exército na Amazônia. "Conversávamos muito sobre a economia do Amazonas, e a necessidade de encontrarmos uma solução que melhorasse o nível de desenvolvimento regional, e ao chegar ao comando do País, Castelo Branco decidiu revigorar um projeto de autoria do então deputado federal pelo Amazonas Francisco Pereira da Silva, e acabou, por sugestão do seu ministro do Planejamento, Roberto Campos, criar a zona franca".

O senador Gilberto Mestrinho disse não ser contra o desenvolvimento do Maranhão com a criação de uma zona franca. "Precisamos ter solidariedade com o Maranhão, mas não podemos permitir que se queira tirar da nossa zona franca os benefícios fiscais que a fizeram um projeto benéfico para toda a Amazônia Ocidental", observou Mestrinho. Mestrinho disse que a zona franca teve o poder de melhorar as condições de vida da população regional, pela introdução de novas tecnologias, pelos novos conhecimentos que levou para a região. "O que melhorou muito o Amazonas foi o conhecimento que para lá foi levado pelas indústrias implantadas. Desenvolvimento econômico e social não se faz apenas com dinheiro, mas com inteligência, com o cérebro", ensinou.

Para Mestrinho, a Zona Franca de Manaus ampliou o seu leque de investimentos sociais nos Estados que compõem a Amazônia Ocidental - Roraima, Rondônia, Acre e Amapá -, e hoje a região experimenta um outro grau de desenvolvimento econômico. Segundo o senador amazonense,"a  Zona Franca de Manaus não beneficiou apenas o Amazonas, mas toda uma região. O senador José Sarney, quando presidente da República, ajudou muito a Zona Franca de Manaus. Daí termos que encontrar uma forma de ajudar a desenvolver o Maranhão, porque o desenvolvimento econômico no Amazonas é muito mais difícil do que no Maranhão, que tem riquezas minerais, estradas e toda uma infra-estrutura econômica que não dispomos na região", constatou Mestrinho.

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