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EDITORIAL - Acima de mortais comuns

O MPF/RR recorreu de processo que perdera na Justiça para este Fontebrasil, no caso em que o editor deste site questionou a agilidade com que o juiz Hélder Girão Barreto mandou para a cadeia suspeitos do Caso Gafanhotos, ao mesmo tempo em que age com extrema cautela - emora, enfim - no cumprimento de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que no dia 8 de maio de 2001 condenou a prefeita de Boa Vista Teresa Jucá por desvio de dinheiro público através de notas fiscais falsas nas obras de construção do Hospital Santo Antônio. Até hoje o processo de Teresa não foi julgado.


Ao assumir o governo brasileiro, o Partido dos Trabalhadores, presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente, tentou impingir ao país algumas formas de engessamento, tais como a Ancinav, o Conselho Federal de Imprensa e a Lei da Mordaça. Esta última, impedia os promotores e procuradores de Justiça de se expressar a respeito de processos em andamento.

Se os Ministérios Públicos Federal e Estadual não perderam a prerrogativa da liberdade de expressão com relação aos processos sob sua jurisdição, isso se deve em grande parte à ação imediata, eficiente e eficaz da imprensa, que alardeou o disparate pretendido pelo governo petista.

Essa dívida os integrantes do MPF e MPE têm para com jornalistas e veículos de comunicação que, percebendo a tentativa de aparelhamento do Estado, gritaram geral, levando a opinião pública a opinar, debater e pôr às claras a questão. Sobressaiu-se, daí, uma decisão alicerçada no equilíbrio, no bom senso.

Aliás, tentativas de aparelhamento do Estado é caminho tenebroso mas natural percorrido por partidos da retrógrada esquerda que sonham com um Estado forte, acima do cidadão, esquecendo-se dos princípios elementares da Democracia, onde todo poder emana do povo e por ele deve ser exercido. O sistema "do, pelo, para", do povo, pelo povo, para o povo.

Exemplos de governos fortes a história está assoberbada. Hitler, ao assumir o governo da Alemanha, decidiu resgatar a força e supremacia da raça ariana. O resultado foi o conhecido Holocausto, onde milhares de judeus perderam a vida barbaramente, em câmaras de gás e campos de concentração, terror que culminou na Segunda Grande Guerra Mundial.

Antes disso, ainda no ano 17 do século passado, o mundo tomou conhecimento da influência de Iosef Vissarionovich Djugatchvili, mais conhecido como Joseph Stalin, o "Homem de Aço". Essa saga pernóstica, mancha indelével na humanidade, teve fim em março de 1959, quando morre de hemorragia cerebral, aos 73 anos de idade,  num quarto fechado onde nem os empregados podiam bater à porta. 

Carismático, Stalin mandou executar milhões de pessoas, governava a União Soviética com mão de ferro, era temido até mesmo por suas mulheres, ao mesmo tempo em que "fora alçado a glória tão elevada que as condecorações destinadas aos mortais comuns, ávidos por recebê-las, nada significavam para ele..." (Stalin, Triunfo e Tragédia, Dimitri Volkogonov, Nova Fronteira, 2004, p 545).

Deixando exemplos espúrios de lado, é de se estranhar a decisão tomada pelo Ministério Público Federal de Roraima que, beneficiado com a intervenção da imprensa no caso da tentativa da Lei da Mordaça, tenha esquecido tal empenho e se voltado contra essa mesma imprensa.

O MPF/RR recorreu de processo que perdera na Justiça para este Fontebrasil, no caso em que o editor deste site questionou a agilidade com que o juiz Hélder Girão Barreto mandou para a cadeia suspeitos do Caso Gafanhotos, ao mesmo tempo em que age com extrema cautela - demora, enfim - no cumprimento de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que no dia 8 de maio de 2001 condenou a prefeita de Boa Vista Teresa Jucá por desvio de dinheiro público através de notas fiscais falsas nas obras de construção do Hospital Santo Antônio. Até hoje o processo de Teresa não foi julgado.

Faria o MPF em Roraima, sim, nada mais do que a sua obrigação, cobrar a excução da decisão do TCU, o que aniquilaria por vez comentários e dúvidas sobre como age a Justiça Federal em Roraima.

Mas pelo o que se pode ver, quando se trata de Romero Jucá e sua trupe, parece que a coisa emperra na Justiça. Falcatrua envolvendo o nome do senador peemedebista é o que não falta nas barras dos tribunais. E nada.

É possível que daqui a alguns dias, as traquinagens, os depósitos estranhos, as denúncias de investidas voluptuosas ao erário, os estelionatos praticados junto a bancos oficiais e "otras cositas más"  de Romero Jucá e de sua mulher Teresa venham a lhes render honrarias, comendas e glórias. Como Stalin, estão acima dos mortais comuns.

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