- 01 de novembro de 2024
Os meios locais de comunicação não repercutiram recente entrevista concedida pelo deputado estadual Titonho Beserra (PT), na qual fez análise dos 26 anos de aniversário de fundação do seu partido, legenda transformada em redil dos mais perigosos, comandada pelo presidente Dom Luiz Inácio (SP), nosso amável beberrão.
As colocações de sua excelência, de ridículo extremado, seriam até aceitáveis não fosse ele representante de considerável parcela de bons cidadãos que o elegeram no pleito de 2002. Pessoas que entenderam, certamente, fazer a correta opção. Mas o parlamentar desdenha seus seguidores e zomba dos que agiram de boa-fé.
Ao abordar o tema da reeleição, instituto que o hoje presidente da República condenava com veemência, o deputado revela que seu partido pretende fazer dobradinha com o PMDB. Até aí, nenhuma novidade.
O problema é que apontou os nomes do presidente do Supremo Tribunal Federal - STF -, Nelson Jobim e o do senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) como possíveis candidatos à vice-presidência. E foi aí que o deputado demonstrou não nutrir nenhum respeito pelos cidadãos roraimenses.
Exibiu comportamento típico de quem já se sente ungido no plano nacional, em função possivelmente de pesquisas recentes que apontam Dom Luiz Inácio novamente à frente nas intenções de voto.
Ainda estão funcionando, no Congresso Nacional, CPIs abertas a partir de denúncias do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), revelando esquema de corrupção nas estatais e dentro de vários órgãos da Presidência da República.
Tais CPIs motivaram a queda e cassação do então ministro e deputado federal Zé Dirceu (PT-SP), bem como a cassação do próprio Roberto Jefferson.
No plano nacional, a Polícia Federal se vê às voltas com a necessidade de provar autenticidade de lista de propinas elaborada em Furnas, cuja operação ficava a cargo de um seu diretor, Dimas Toledo. Sem contar os milhões de dólares depositados em contas no exterior do publicitário Duda Mendonça, recursos de origem duvidosa.
Somem-se a isso, bilhões de reais que passaram pelos cofres das empresas do publicitário mineiro Marcos Valério, no ardil conhecido como "valerioduto", mostrando um PT chafurdado na lama mais fétida da roubalheira incontrolável.
A falta de respeito do deputado Titonho Beserra (insultando a inteligência dos roraimenses), fica explícita na tentativa de conduzir a opção presidencial em direção a uma candidatura que em todos os aspectos foi das mais prejudiciais à terra macuxi. O PT é a sigla da desfaçatez e do cinismo, no que este vocábulo possui de mais pejorativo.
Como se achasse pouco, manifesta preferência por candidato a vice, o senador Romero Jucá Filho, defenestrado do Ministério da Previdência por absoluta improbidade, respondendo a quatro processos de cassação no Conselho de Ética daquela Casa e apontado por provas irrefutáveis como prevaricador e falsário.
Ou o deputado Titonho Beserra está insistindo em seguir o exemplo do seu chefe maior (apontado como pinguço pelo New York Times), desconhecendo tudo que acontece embaixo do próprio nariz, ou está engajado em ala partidária que elegeu não a atividade social, mas o roubo dos cofres públicos como opção política.
De qualquer forma, deveria, num instante de reflexão, perquirir no seu íntimo em busca de possível rebotalho de dignidade, pedindo perdão aos seus eleitores de 2002 e retirando-se de cena antes que a degradação social o marque definitivamente. Não se deveria permitir a um ser humano tornar-se abjeto e obsceno de forma tão deliberada.
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