- 01 de novembro de 2024
Morreu Dorval de Magalhães: Nos jardins as flores desmaiaram; no campo, a flor silvestre feneceu; no arvoredo, as folhas murcharam. Os ventos, chorosos, correram silvantes pelo castanho dos lavrados, enroscaram-se nos buritizais, iracundos, agitaram as águas antes serenas dos rios e igarapés, escorreram lamúrias por sobre as matas, ensandecidos derramaram-se nos contrafortes das serranias azuis, varreram a crista dos montes, retorceram-se nos picos, e gritaram a sua dor aos céus!... E o céu enlutou-se: Trocou as suas vestes azuis pelo cinza triste; a Natureza, toda, emudeceu. A Poesia calou seus versos; calou também o texto bem escrito; calou-se a História! Roraima chorou. Perdera não apenas um grande homem, mas o maior dos roraimenses! Chorou o Homem que o conheceu; lamentou-se Aquele que não teve a alegria de havê-lo conhecido. Choraram aqueles que conheceram a sua capacidade espargir a alegria e de viver o Amor! Neto de Inácio Lopes de Magalhães, fundador de Boa Vista, Agrônomo, Filósofo, Escritor, Poeta, Historiador e Semeador da Fé e da Boa Vontade, todos sabem tudo sobre Dorval de Magalhães; o que poucos sabem, contudo, é que Roraima deve a ele o próprio nome, Roraima, o Território Federal assim denominado, em 1960, por Lei do Deputado Federal Valério Caldas de Magalhães, seu primo, atendendo veemente preito de Dorval, desde quando em campanha eleitoral no ano de 1958. Ah! Quanto Roraima deve a você, Dorval de Magalhães! ...Quanto!!! Deus lhe pague. * Jornalista. | |