BANDOLEIROS BRIGAM POR CIÚME - Márcio Accioly

           O presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), ficou revoltado por conta de entrevista concedida por seu antecessor, FHC (1995-2003), à revista IstoÉ, na qual declarou que "a ética do PT é roubar". Trata-se do podre falando do muito fedido. Como todas as promessas de seriedade caem no esquecimento, esta será mais uma delas.

Se FHC disse o que disse, quem irá contestá-lo? Sua ex-excelência entende tanto de roubo como qualquer categorizado arrombador de cofre. Na sua gestão, foram doadas quase todas as estatais (a economia foi desnacionalizada em 78%) e nada foi apurado. O ex-presidente nunca foi responsabilizado por nada, passando incólume!

Sequer assumiu dois filhos tidos fora do casamento: um com a jornalista Miriam Dutra (Rede Globo); outro com a cozinheira do senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Além disso, era sócio declarado de um dos maiores prevaricadores da vida pública nacional, Sérgio Motta. A quem colocou no Ministério das Comunicações (1995-98).

Sérgio Motta, antes de ser alçado ao primeiro escalão do governo federal, havia sido demitido do serviço público por falcatruas ali cometidas. É famoso o episódio em que desviou milhões e milhões de cruzeiros (moeda da época), na construção de uma usina de etanol em Minas Gerais. Em pleno regime militar.

De maneira que quando FHC faz afirmação tão pesada quanto essa, referindo-se ao nosso amável beberrão, comete injustiça sem tamanho. Porque sua "administração" foi entreguista, lesa-pátria e das mais danosas para os interesses do país. Em qualquer país sério, onde as instituições funcionassem, estaria preso.

Dom Luiz Inácio apenas deu continuidade, mudando os nomes principais na grande quadrilha. Quando se vê tantas CPIs instaladas (com integrantes se envolvendo em estranhos acordos, nos quais pretendem encobrir bandalheiras de determinada legenda, em troca de acobertamento recíproco), fica-se estarrecido.

O mais vergonhoso é ouvir políticos de projeção a afirmarem que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, saiu-se bem neste ou naquele depoimento e não merece ser citado em tal e qual relatório. Ora, Palocci está mais sujo do que poleiro de pato e as irregularidades que cometeu na prefeitura de Ribeirão Preto saltam aos olhos.

Na terça-feira (07), o site "Alerta Total" (http://alertatotal.blogspot.com/ ) destacou matéria em que o ministro da Fazenda deseja isentar "investidores estrangeiros" de impostos, consolidando o Brasil na categoria de senzala do capital mundial. É preciso que se vá a fundo nesse tema, descobrindo-se o que está embutido.

Estão mais do que comprovados os desvios efetuados por Palocci em Ribeirão Preto. Recebia 50 mil reais mensais da empresa Leão Leão, favorecendo esquema ilícito que pagou, inclusive, material da última campanha eleitoral presidencial de Dom Luiz Inácio. Sem contar as orgias na casa da proxeneta Jeany Mary Corner.

De maneira que qualquer proposta que venha a fazer merece ser investigada. Especialmente quando disser que favorece o Brasil. Até aqui, o que se tem como evidente é o privilégio do seu bolso.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro divulgou nota em que apóia essa idéia de isentar do Imposto de Renda e da CPMF as aplicações feitas por estrangeiros em fundos de renda fixa. E muita gente ficou sem entender as razões.

Acontece que quem tem dinheiro lá fora (são quase 200 bilhões de dólares desviados para o exterior) terá oportunidade ímpar de ganhar sem produzir nada (trazendo esses recursos), com isenção de impostos que os pobres mortais são obrigados a pagar. E ainda há quem diga que o Brasil é um país sério. Tenham dó!

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