Lula indica Lewandowski para ministro do STF

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Enrique Ricardo Lewandowski para ocupar a vaga deixada há duas semanas pelo ministro Carlos Velloso no Supremo Tribunal Federal (STF). Lewandowski será agora submetido a sabatina pelo Senado. Caso o Senado mantenha a tradição e confirme a sugestão, este será o quinto ministro do STF indicado para o tribunal por Lula.

Segundo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Lewandowski foi escolhido a partir de uma criteriosa lista:

- Ele foi um juiz muito bom, é experimentado e acho que vai ser um bom juiz no STF - disse Bastos, após almoço com conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O desembargador e jurista Enrique Ricardo Lewandowski, de 57 anos, nasceu no Rio e mora em São Paulo. Nunca deixou o ABC paulista, berço político do PT, onde já viveu. Conhece Lula e seus amigos, mas nunca teve vinculações políticas. Na opinião de Lewandowski, o presidente quis prestigiar os juristas do ABC ao indicá-lo.

- Fui criado em São Bernardo e mantenho relações com a região. Nunca tive envolvimento com o PT nem com o presidente, que eu considero um homem bem intencionado, mas conheço bem a história dele. Acho que, ao me indicar, ele quis prestigiar os juristas do ABC.

Ontem Lewandowski passou o dia em casa, atendendo a telefonemas de amigos e jornalistas. Disse que a todos repetiu a mesma informação:

- Não passa de uma indicação. Há um longo caminho, que passa pela aprovação do Senado, onde me submeterei com toda humildade. Sinto é um misto de expectativa e serenidade.

Ele disse que não tem partido político, destacou sua atuação em defesa dos direitos humanos e elogiou o STF:

- Julgar um semelhante é difícil e prefiro exercer isto com humildade. Se for escolhido, será uma honra. Os ministros do Supremo têm muita grandeza. Espero que meu perfil técnico sirva como contribuição.

Esta não será a última indicação de Lula ao STF. O presidente do tribunal, Nelson Jobim, deixará o tribunal em março e poderá participar das próximas eleições. Também deverá deixar o STF este ano o ministro Sepúlveda Pertence.