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SUCESSÃO - O vôo tucano nos estados

"Nós teremos palanques em todos os estados, mesmo naqueles onde não temos condições de vencer", garante o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM). Em Roraima, o candidato tucano é o governador Ottomar Pinto filiado no ano passado, que apoiará Mozarildo Cavalcanti, do PTB para o Senado.


Luiz Carlos Azedo e Rudolfo Lago
Da equipe do Correio

Tiago Queiroz/AE
Serra, o mais forte pré-candidato na disputa com Lula, inaugurou ontem uma ciclovia em São Paulo
 
Nem tudo está parado no PSDB, que aguarda a definição da cúpula tucana sobre o nome do candidato do partido à Presidência da República. Com exceção de São Paulo, onde a disputa entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra também gera confusão em relação ao Palácio dos Bandeirantes, nos demais estados o PSDB começa a definir seus candidatos e alianças regionais. "Nós teremos palanques em todos os estados, mesmo naqueles onde não temos condições de vencer", garante o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM).

A estratégia do PSDB é consolidar a aliança com o PFL e atrair outras forças à esquerda, para construir uma candidatura com melhores condições de governabilidade. "O governo Lula está mostrando que uma aliança eleitoral precisa ter consistência política, não pode ser apenas um arranjo pragmático", argumenta Virgílio. Segundo ele, o PSDB precisa consolidar sua parceria com o PFL, mas não pode abrir mão de atrair outras forças. "Precisamos ser competentes e não desprezar forças como o PDT, o PV e o PPS, com quem temos muitas afinidades", garante.

O maior problema do PSDB nas eleições é resolver a questão de São Paulo, onde o partido corre o risco de entregar o governo estadual e a prefeitura de São Paulo ao PFL. Alckmin reitera que não abre mão de deixar o cargo para disputar as eleições e pretende entregar a administração ao vice, o pefelista Cláudio Lembo, mesmo que o escolhido pela cúpula seja Serra, cujo vice, Gilberto Kassab, também é do PFL.

Por causa do impasse, a incerteza ronda a sucessão no Palácio dos Bandeirantes. Nenhum dos seis tucanos que pleiteiam a vaga de candidato a governador tem força suficiente para impor sua candidatura aos demais. Por isso, se fala num acordo entre Alckmin e Serra para resolver a questão. Nesse caso, o preterido para a candidatura a presidente da República indicaria o candidato a governador, o que evitaria a disputa em convenção.

Alckmin, em sua peregrinação para ser o candidato do partido, esteve ontem em Campo Grande (MS) e voltou a criticar o governo federal. Serra, também em clima de pré-campanha, andou de bicicleta ontem durante inauguração de uma ciclovia.


FACILIDADE PARA ALCKMIN
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à revista IstoÉ desta semana, avalia que o fato de estar no final de mandato facilita as condições do governador Geraldo Alckmin para disputar a Presidência da República, enquanto o prefeito José Serra teria que enfrentar o risco de abandonar a prefeitura. "Será que ele vai querer correr esse risco", indaga o ex-presidente, principal articulador do PSDB. Após comentar que nunca ouviu falar tanto em corrupção "como neste governo", o ex-presidente afirma que este será o tema forte da campanha presidencial e enfatiza que o PSDB deve mostrar com ênfase o que aconteceu.




Wanderlei Pozzembom/CB/8.5.03
Simão Jatene

Antonio Cruz/ABr/17.10.05
Cássio Cunha Lima

José Varella/CB/28.7.04
Marconi Perillo
 

CENÁRIO NACIONAL

RIO GRANDE DO SUL
A deputada Yeda Crusius aguarda a definição da candidatura do governador Germano Rigotto à Presidência da República pelo PMDB para definir também a sua vida. Caso Rigotto saia candidato ao Planalto, e não tente a reeleição, Yeda pode sair candidata ao governo por seu partido. Para tanto, buscará o apoio do PP e do PFL

SANTA CATARINA
O candidato deve ser o senador Leonel Pavan, que costura a possibilidade de apoios do PFL do senador Jorge Bornhausen ou do PP do ex-governador Esperidião Amin

PARANÁ
Ou o partido sairá com a candidatura própria do senador Álvaro Dias ou apoiará a candidatura do irmão de Álvaro, o também senador Osmar Dias, do PDT. Em qualquer um dos casos, porém, o acerto é que, para presidente, o palanque será do candidato do PSDB

SÃO PAULO
Se o prefeito de São Paulo, José Serra, sair candidato à Presidência, o governador Geraldo Alckmin sairá para o Senado. Se Alckmin for o candidato a presidente, Serra pode sair para o governo ou ficar na prefeitura. Aí, abrem-se as possibilidades para uma série de outros nomes tucanos, sem maior força. Em nenhuma hipótese, porém, os tucanos admitem abrir mão de uma candidatura própria para apoiar um candidato do PFL, como os pefelsitas querem

RIO DE JANEIRO
Forma-se uma possível chapa, com Márcio Fortes para o governo e Ronaldo César Coelho para o Senado. Mas ela não parece empolgar a direção partidária. Dois outros nomes ensaiam-se: o deputado Eduardo Paes e o ex-presidente da Petrobras David Zilberstajn. Mas há uma chance grande de os tucanos apoiarem o nome da deputada Denise Frossard, do PPS

MINAS GERAIS
O governador Aécio Neves é forte candidato à reeleição. No caso, o que ainda se discute é a amplitude da sua coligação. Ele trabalha para conseguir o apoio do PMDB, e ter o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, como vice, e o ex-presidente Itamar Franco como candidato a senador

ESPÍRITO SANTO
O partido sempre esteve muito ligado ao governador Paulo Hartung, que já foi tucano e hoje está no PMDB. Se Hartung for candidato ao Senado, o PSDB deve lançar o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas

DISTRITO FEDERAL
É provável que o governador Joaquim Roriz se desincompatibilize para disputar o Senado. Nesse caso, a vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, do PSDB, assume o governo. Ainda não está claro como caminhará a ampla aliança que Roriz costurou em torno de si. Se todos estarão unidos ou se cada um sairá separado. Nessa última hipótese, Abadia pode disputar a reeleição pelo PSDB, o PMDB de Roriz lançar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa e o PFL sair ou com o senador Paulo Octávio ou com o deputado José Roberto Arruda

GOIÁS
O governador Marconi Perillo, que sairá para o Senado, ainda costura entendimentos com o PFL. Os tucanos podem ter candidato próprio ou apoiar o senador Demóstenes Torres, do PFL

MATO GROSSO DO SUL
O PSDB deve sair novamente com Marisa Serrano, depois da tentativa fracassada de tentar levar para o partido o senador Delcídio Amaral (PT), presidente da CPI dos Correios

MATO GROSSO
O partido ainda não definiu o que fará para o governo. Mas há uma tendência de apoiar Blairo Maggi, do PPS

TOCANTINS
O candidato do partido é o ex-governador Siqueira Campos, com grande chance de vitória

AMAPÁ
Os tucanos saem com o senador Papaléo Paes, que trocou o PMDB pelo

PSDB PARÁ
Está definido que os nomes são o governador Simão Jatene e o ex-governador Almir Gabriel. Só não estão acertados os cargos. Jatene pode tentar a reeleição ou ir para o Senado. Gabriel ficará com a outra vaga

AMAZONAS
Há uma hipótese de o partido sair com o senador Arthur Virgílio. Outra é apoiar uma candidatura de Jefferson Péres, do PDT. É pouco provável que apóie o ex-governador Amazonino Mendes, do PFL, na disputa que pretende travar contra o governador Eduardo Braga, do

PMDB RORAIMA
Os tucanos deverão apoiar a reeleição do governador Otomar de Souza, tendo como candidato ao Senado o senador Mozarildo Cavalcanti

RONDÔNIA
Pode integrar uma frente com PMDB, PFL e até PT para buscar derrotar o governador Ivo Cassol, que trocou o PSDB pelo PPS

ACRE
Os tucanos devem deixar a aliança que têm com o governador Jorge Viana e lançar um nome próprio, Edilson Cardaxo, para o governo

PIAUÍ
O partido sai com o ex-prefeito de Teresina Firmino Filho, com o apoio do PFL

MARANHÃO
Integra a frente que se une à candidatura do prefeito de São Luís, Jackson Lago, do PDT, contra a senadora Roseana Sarney, do PFL

CEARÁ
O governador Lúcio Alcântara é candidato à reeleição

RIO GRANDE DO NORTE
Pode haver uma composição em torno do senador Garibaldi Alves Filho, do PMDB, ou o apoio a uma candidatura do senador José Agripino, do PFL

ALAGOAS
O senador Teotônio Vilela Filho pode sair candidato, com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB. Ou Renan sai para o governo como apoio de Teotônio. O certo é que os dois estarão juntos

PARAÍBA
O governador Cássio Cunha Lima disputa a reeleição com Cícero Lucena como candidato ao Senado

PERNAMBUCO
Ou terá o senador Sérgio Guerra como candidato próprio ou apoiará a candidatura do vice-governador Mendonça Filho, do PFL. Em ambos os casos, com o apoio do governador Jarbas Vasconcelos, que será candidato ao Senado

BAHIA
Um estado problemático por causa das desavenças do PSDB local com o PFL de Antonio Carlos Magalhães. Por conta disso, não é impossível que, localmente, o partido acabe longe do palanque pefelista de Paulo Souto e próximo do palanque petista do ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner

SERGIPE
O ex-governador Albano Franco pode sair candidato ou apoiar o governador João Alves, do PFL.



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