- 01 de novembro de 2024
O presidente da Câmara Brasil/Guiana, o empresário Laerte Oestreicher, disse que a concretização do acordo de Cargas e Passageiros, estabelecido ano passado, entre o Brasil e a Guiana, esbarra em diversos obstáculos em Roraima.
Um dos principais problemas diz respeito a travessia do rio Tacutu, na cidade de Lethen para a capital Georgetow. Naquele ponto, uma balsa velha e sem assistência mecânica faz o serviço de travessia de cargas.
Segundo ele, é preciso coragem para colocar em cima dessa balsa - o único meio de transporte da região, um caminhão de 15 toneladas. "Nessas condições, o proprietário corre risco de perder a carga", afirmou.
Sem a construção da ponte Bonfim-Lethen, o empresário não vê condições de ampliação das relações comerciais entre o Brasil e a Guiana e sua tendência é definhar cada vez mais.
A ponte se encontra inacabada desde 2003, quando a construção foi abandonada por uma firma do Sul, com conexões em Roraima, que recebeu o pagamento integral da obra, feito pelo Ministério dos Transportes e não terminou.
Em represália aos recursos que teriam sido desviados, o Governo Federal não deu continuidade aos trabalhos e, só depois de anos negociando com o Governo Estadual, decidiu retomar a construção da obra.
Conforme Laerte, a expectativa é que a ponte seja entregue este ano, depois do Governo Central se convencer de que não teria outro jeito senão investir mais recursos na conclusão do projeto.
"Felizmente vão dar o serviço ao BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), um órgão sério. Se tivessem repassado o dinheiro logo no início das obras, tenho certeza que a ponte já estava pronta", disse.
Com a conclusão da ponte, o empresário acredita que a estrada que dá acesso a Guiana será recondicionada, mesmo com as péssimas condições de tráfego durante o inverno.
"A estrada é um dos pontos cruciais da nossa investida na Guiana. No transporte de cargas (ida e volta) no trajeto Brasil-Europa/ Brasil-Estados Unidos, vamos economizar no mínimo 15 dias de frete e quase um 1/3 do seu custo", disse.
Em sua avaliação, o novo futuro comercial do Estado de Roraima está na saída para a Guiana.
"É o país irmão para quem podemos vender tudo e comprarmos o que ele produz, como pescados, açúcar, bauxita, entre outros", afirmou.