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IMPUNIDADE - Assassino cultiva o ócio

Assassino confesso da jornalista Sandra Gomide, o ex-diretor de O Estado de S. Paulo, Antônio Marcos Pimenta Neves, continua solto seis anos depois do crime. Apesar de ter matado Sandra com um tiro nas costas e outro na cabeça e de processado por crime hediondo duplamente qualificado, Pimenta é visto em festas, na praia de Ubatuba ou fazendo compras nos sofisticados shoppings de São Paulo.



Folha Imagem
Assassino cultiva ócio

SandraGomide foi morta dia 20 de agosto de 2000 em um haras de Ibiúna. O crime foi tido como hediondo, mas seu autor, Pimenta Neves, continua à solta

Assassino confesso da jornalista e ex-namorada Sandra Gomide, o ex-diretor de Redação de O Estado de S. Paulo, Antônio Marcos Pimenta Neves, continua solto quase seis anos depois do crime. Apesar de ter matado Sandra com um tiro nas costas e outro na cabeça no Haras Setti, em Ibiúna, interior de São Paulo, e de processado por crime hediondo duplamente qualificado, Pimenta, aos 68 anos, é visto freqüentemente em festas, na praia de Ubatuba ou fazendo compras nos sofisticados shoppings Morumbi e Market Place, ambos na Zona Sul de São Paulo. Em muitos de seus passeios, Pimenta anda armado.

Enquanto isso, o pai de Sandra, João Gomide, diz viver para ver o assassino de sua filha condenado. Doente, depois do crime passou por quatro pontes de safena. Devido a problemas de circulação, precisou amputar uma das pernas e passa a maior parte do tempo em casa, no bairro da Saúde, com problemas de locomoção, desempregado e ficou vivendo de aposentadoria. João é dois anos mais novo que Pimenta, que namorou sua filha Sandra e freqüentou sua casa. - A impunidade é o que mais dói. É uma vergonha. Esse país não tem lei nem Justiça. Além de ruim, Pimenta é vingativo - lamenta João Gomide. Embora tenha ocorrido dois anos antes, o caso Sandra Gomide ainda não foi a júri popular. Pimenta entrou com cinco recursos. A cada ação, ganha tempo, adia seu julgamento e cultiva o ócio.


Pimenta Neves desfruta da impunidade em passeios
por shoppings, festas e temporadas na praia

As duas mil páginas do processo de homicídio repousam sobre a mesa do juiz Davi Capelato, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Ibiúna. Ele só espera a chegada de uma carta precatória para marcar o júri, possivelmente até março. Esta, pelo menos, é a expectativa da família e dos advogados - quem primeiro defendeu os parentes da jornalista foi o hoje ministro Márcio Thomaz Bastos. Sexta-feira, a Polícia do Rio abriu investigação contra Pimenta e outros dois jornalistas, por autoria e divulgação de dossiê falsificado e apócrifo, usado em disputas empresariais. Ele será chamado a depor em breve.

Pimenta responde ainda a processo por danos morais. A ação pede bloqueio de seus bens. O ex-diretor de O Estado de S. Paulo. , entretanto, conseguiu manter o patrimônio, como a luxuosa casa onde mora na Rua Senador Vergueiro, Chácara Santo Antônio, bairro nobre paulista.

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