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VOCAÇÃO INCONTROLÁVEL PARA O TOTALITARISMO - Márcio Accioly

Desde que assumiu, o prefeito Zacarias Araújo tem feito o possível e se desdobrado para em tudo se complicar. A última dele foi não atender a uma notificação do Ministério Público Estadual (MPE), apontando ser inconstitucional a lei 107/2005, que aumentou em 140% o salário dos secretários municipais.


Quando se veiculam propagandas eleitorais televisivas (cheias de truques e tecnologia), costuma-se dar ênfase ao partido político. Exibe-se, quando se dispõe no estoque, algum cidadão como exemplo de administrador, planejador e guia. O indicado é sempre o chefe do poder estadual ou municipal, na área do executivo.

Como se o fato de pertencer a determinada legenda fosse condição suficiente para ascender ao céu dos ungidos. Assim, o executivo bem-sucedido (ou não), revela-se, da noite para o dia, espécie de Einstein da administração pública até que rolem por terra todas suas falhas e defeitos, pondo a nu monumental despreparo.

Isso acontece com todas as legendas, sem exceção: do PT ao PSDB, passando por agremiações de letras impronunciáveis e chegando a detentores de fatias largas e minúsculas. Como no caso do Prona, que por acaso alojou, nas eleições de 2004, cidadão de suas fileiras na prefeitura do Cantá.

Desde que assumiu, o prefeito Zacarias Araújo tem feito o possível e se desdobrado para em tudo se complicar. A última dele foi não atender a uma notificação do Ministério Público Estadual (MPE), apontando ser inconstitucional a lei 107/2005, que aumentou em 140% o salário dos secretários municipais.

A Lei Complementar foi criada a partir de projeto de autoria do Executivo, quando é prerrogativa única da Câmara Municipal. De acordo com a Constituição Federal, a iniciativa de aumentar salário de prefeitos, vices e secretários, obrigatoriamente deve se originar na Câmara Municipal.

O mais difícil é fazer o prefeito Zacarias compreender que é parte de estrutura administrativa com regras bem definidas. Tais regras devem ser obedecidas de acordo com a legislação vigente. A impressão é a de que ele imagina ser sua vontade imperativa e suas ações incontestáveis. Corre o risco de sofrer ação de improbidade administrativa.

ESTRANHAMENTE NORMAL

Boa Vista, como estamos cansados de saber, é a única capital brasileira que não possui pronto-socorro municipal para atender à população. Por conta disso, o sistema de saúde do Estado vive sobrecarregado e a maioria cobra do governo estadual, quando deveria acionar o município. Desinformação pura e simples.

Nos últimos dias, zelosos funcionários do Hospital da Criança, construído na gestão municipal do hoje governador Ottomar de Sousa Pinto (PSDB), têm feito chegar à imprensa sua preocupação com relação ao número de óbitos ali ocorridos, especialmente entre os dias 19 de dezembro de 2004 e 15 de janeiro deste ano.

Consultado, o secretário municipal de Saúde, Mário Capriglione, que possui enorme capacidade de explicar qualquer absurdo, disse apenas que o alto número de óbitos registrados no período (11, para ser mais exato), "está dentro da normalidade".

O doutor Capriglione certamente considera que no conflito armado do Iraque (resultante da criminosa invasão norte-americana), a explosão contínua de bombas, as quais vitimam cinco, sete ou 20 fuzileiros dos EUA (vez por outra), "está dentro do quadro de normalidade que se espera, por conta da situação de beligerância".

Resta saber que providências irá tomar para reduzir o grave problema de infecção hospitalar denunciado no Hospital da Criança. A guerra no campo da saúde, estabelecida em Boa Vista, é fruto do absoluto descaso por parte da atual gestão do Município.

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